sábado, 29 de outubro de 2016

A Mulher no Forno

Durante o verão de 1983, em uma cidade tranquila, perto de Minneapolis, Minnesota, o corpo carbonizado de uma mulher foi encontrado dentro do fogão da cozinha de uma pequena fazenda. Uma câmera de vídeo também foi encontrado na cozinha, sobre um tripé, apontado para o forno. Nenhuma fita foi encontrada no interior da câmera no momento.
Apesar de o ocorrido ter sido, originalmente, identificado como um homicídio pela polícia, uma fita VHS foi encontrada no fundo do poço da fazenda, que aparentemente havia secado no início do ano.

Apesar de sua condição de gasto, e o fato de que ela não continha áudio, a polícia ainda eram capaz de ver o conteúdo da fita. Ela mostrava uma mulher se gravando em frente a uma câmera de vídeo, aparentemente a mesma câmera que a polícia encontrou na cozinha. Depois de posicionar a câmera para incluir tanto a ela quanto o fogão de cozinha no campo de visão, ela ligou o forno, abriu a porta, arrastou-se para dentro e fechou a porta atrás dela. Depois de oito minutos de vídeo, o forno pode ser visto balançando violentamente. Neste ponto espesso fumo negro emanava dele. Para os restantes 45 minutos de vídeo, até que a bateria da câmera acabasse, manteve-se na sua posição parada.

Para evitar transtornos para a comunidade local , a polícia não divulgou nenhuma informação sobre a fita, ou até o fato da mesma ter sido encontrada. A polícia também não foi capaz de determinar quem colocou a fita no poço, ou porque o tamanho e estatura da mulher do vídeo não era sequer próxima a do corpo encontrado no forno.

fonte:http://www.creepypasta.com/the-woman-in-the-oven/

quarta-feira, 26 de outubro de 2016

Manuscrito encontrado numa garrafa

Da minha terra e da minha família pouco tenho a dizer. Os maus costumes e o acumular dos anos afastaram-me da primeira e alhearam-me da segunda. O meu patrimônio proporcionou-me uma educação pouco comum e uma disposição de espírito contemplativa permitiu-me ordenar metodicamente as aquisições diligentemente reunidas pelo estudo precoce. O estudo dos filósofos alemães fez particularmente as minhas delícias: não por qualquer mal-avisada admiração pela sua eloqüente loucura, mas antes pela facilidade com que os meus hábitos de raciocínio rigoroso me facultavam a detecção dos seus erros. Fui muitas vezes admoestado pela aridez do meu gênio; imputavam-me, como se de um crime se tratasse, falta de imaginação, e o pirronismo das minhas opiniões sempre me tornou notado. De fato, receio bem que uma forte atração pela filosofia física me tenha impregnado o espírito de um defeito muito comum nesta época: refiro-me ao hábito de reportar os acontecimentos, mesmo os menos susceptíveis de o serem, aos princípios de tal ciência. Em suma, ninguém seria menos dado que eu a deixar-se desviar das estritas fronteiras da verdade pelos ignes fatui da superstição. Achei que se justificaria esta introdução, sob pena de o incrível relato que se segue ser tomado mais pelo delírio de uma imaginação desenfreada do que pela experiência positiva de um espírito para o qual os devaneios da fantasia sempre foram letra morta e coisa de nulo valor.
Após muitos anos passados em deslocações pelo estrangeiro, larguei no ano de 18… do porto de Batávia, na rica e populosa ilha de Java, em viagem ao arquipélago de Sunda. Embarquei como passageiro, sem outro estímulo que não fosse uma qualquer nervosa irrequietude que me obcecava como espírito maléfico.
O nosso navio era um belo veleiro de umas quatrocentas toneladas, construído de teca do Malabar em Bombaim. Levava um carregamento de algodão em rama e azeite, proveniente das ilhas Lacadivas. Transportávamos ainda fibra de coco, açúcar mascavado, manteiga, cocos e algumas caixas de ópio. A estiva tinha sido feita de modo descuidado, pelo que o navio ia adornado.
Largamos sob um tênue bafejo de vento e mantivemo-nos durante vários dias ao longo da costa oriental de Java, sem mais incidentes que iludissem a monotonia da nossa singradura para além do encontro ocasional com alguns grabs (1) do arquipélago a que nos mantínhamos confinados.
Uma tarde, debruçado à balaustrada da popa, observei uma nuvem isolada muito estranha, a noroeste. Era singular, quer pela cor, quer por ser a primeira com que deparávamos desde a largada de Batávia. Contemplei-a atentamente até ao sol-pôr, altura em que alastrou repentinamente para leste e oeste, cercando o horizonte de uma estreita faixa de vapor e assemelhando-se a uma baixa linha de costa. Não tardou que a minha atenção fosse subseqüentemente atraída pelo aspecto vermelho-escuro da Lua e pelo invulgar estado do mar. Este sofreu uma rápida alteração e a água parecia mais transparente do que o habitual. Embora conseguisse ver distintamente o fundo, ao lançar a sonda verifiquei que a profundidade local era de vinte braças. O ar tornara-se agora intoleravelmente quente e estava carregado de exalações espirais semelhantes às que se desprendem do ferro quando aquecido. Com o tombar da noite, o vento caiu totalmente, sendo impossível conceber calmaria mais completa. A chama da lanterna sobre a popa ardia sem o menor movimento perceptível, e um cabelo comprido, seguro entre o polegar e o indicador, pendia sem que pudesse observar-se a mais pequena ondulação. No entanto, como o comandante dissesse que não se apercebia de qualquer indício de perigo, e uma vez que estávamos a abater totalmente para terra, mandou ferrar as velas e fundear. Não se passou a regime de quartos e a tripulação, constituída principalmente por malaios, veio deitar-se deliberadamente no convés. Desci aos alojamentos – não sem um forte pressentimento de desastre. De facto, todas as aparências me levavam a suspeitar da aproximação do simum. Dei parte dos meus temores ao comandante, mas este não prestou a menor atenção às minhas palavras e deixou-me sem ao menos se dignar de responder. Todavia, a inquietação não me deixou dormir e, perto da meia-noite, subi ao convés. Ao colocar o pé no último degrau da escada, fui surpreendido por um forte ruído sussurrante como produzido por rápida rotação de moinho e, antes que pudesse averiguar o seu significado, apercebi-me de que o navio estremecia na direção do seu centro. No instante imediato, um cachão de espuma fez-nos adornar subitamente e, passando sobre nós, varreu todo o convés de popa a proa.
A extrema violência do choque veio, em grande parte, a ser a salvação do navio. Embora completamente inundado, quando os mastros foram pela borda fora, ergueu-se pesadamente das águas um minuto depois e, vacilando um instante sob a intensa pressão da tempestade, endireitou-se finalmente.
Não sei dizer por que milagre escapei à destruição. Atordoado pelo embate de água, dei por mim, uma vez refeito, entalado entre o cadaste e o leme. com grande dificuldade, pus-me de pé e, olhando confusamente ao redor, fui inicialmente assaltado pela idéia de que estivéssemos no meio de recifes, de tal modo terrível e inimaginável era o turbilhão do oceano alteroso e espumejante em que estávamos mergulhados. Passados algum tempo ouvi a voz de um velho sueco, que embarcara conosco no momento em que largávamos do porto. Gritei-lhe com todas as forças e ele acabou por dirigir-se, a cambalear, para a popa. Depressa descobrimos que éramos os únicos sobreviventes do acidente. Todos os que estavam no convés, exceto nós, tinham sido varridos pela borda fora; o comandante e os oficiais deviam ter perecido durante o sono, visto que os camarotes se encontravam totalmente alagados. Sem auxílio, pouco poderíamos contar fazer pela segurança do navio e os nossos esforços foram de princípio paralisados pela perspectiva momentânea de irmos a pique. Era evidente que a amarra se quebrara como se fosse uma guita ao primeiro sopro do furacão, pois de contrário teríamos sido instantaneamente esmagados. Corríamos com o furacão a uma velocidade assustadora e as águas abriam brechas visíveis à nossa frente. A estrutura da popa tinha sofrido enormes danos e, praticamente sob todos os aspectos, fôramos objeto de consideráveis avarias; mas para nossa extrema alegria, descobrimos que as bombas não tinham ficado obstruídas e que o lastro não sofrera grande deslocação. A maior fúria da tempestade tinha já amainado e a violência do vento não parecia oferecer grande perigo: contudo, ansiávamos, consternados, por que ele cessasse completamente, pois estávamos em crer que, com tais estragos, inevitavelmente pereceríamos na ondulação tremenda que sobreviria. Contudo, esta justíssima apreensão não parecia de modo algum em vias de concretizar-se. Durante cinco dias e cinco noites – no decurso dos quais tivemos por único alimento uma pequena porção de açúcar mascavado, obtido com grande dificuldade no castelo da proa – o calhambeque correu a uma velocidade que desafiava qualquer cálculo, impulsionado por rajadas de vento que se sucediam rapidamente, as quais, sem contudo se compararem à violência inicial do simum, eram ainda mais terríveis do que qualquer tempestade que até então eu tivesse presenciado. O nosso rumo durante os primeiros quatro dias foi, com insignificantes variações, sueste quarta a sul, e deveríamos ir parar às costas da Nova Holanda. No quinto dia começou a fazer-se sentir um frio extremo, embora o vento tivesse rondado mais uma quarta para norte. O Sol despontou com um fulgor amarelo doentio e ergueu-se apenas alguns graus acima do horizonte – sem emitir uma luz definida. Não havia nuvens à vista, mas o vento continuava a refrescar e soprava com uma violência irregular e instável. Cerca do meio-dia, tanto quanto nos era possível estimar, a nossa atenção foi novamente desperta pela aparência do Sol. Não emitia luz propriamente dita, mas antes um clarão mortiço e soturno sem reverberação, como se todos os seus raios estivessem polarizados. Imediatamente antes de mergulhar no mar túrgido, a sua chama central extinguiu-se de súbito, como que pressurosamente apagada por algum inexplicável poder. Era apenas um arco esbatido e quase prateado ao precipitar-se no oceano insondável.
Aguardamos em vão a chegada do sexto dia: esse dia para mim não chegou: para o sueco, não existiu sequer. De então em diante, vimo-nos amortalhados numa escuridão de breu, de tal modo que não conseguiríamos ver um objeto a vinte passo do navio. A noite eterna começou a envolver-nos, nem sequer mitigada pela fosforescência das águas a que nos habituáramos nos trópicos. Observamos igualmente que, embora a tempestade continuasse a bramir com inquebrantável violência, já não conseguia descortinar-se o habitual aparecimento de rebentação ou espuma, que até então nos havia acompanhado. À nossa volta tudo era horror, trevas profundas e um negro e abrasador deserto de ébano. Um terror supersticioso começou a invadir progressivamente o cérebro do velho sueco, e meu próprio espírito estava mergulhado em profundo espanto. Abandonáramos todos os cuidados do navio, mais do que inúteis, e, amarrando-nos o melhor que pudemos ao mastro da mezena, observávamos amargamente a imensidão do oceano. Não tínhamos maneira de calcular o tempo nem fazíamos a menor idéia de qual a nossa posição. Contudo, estávamos perfeitamente cientes de que havíamos navegado mais para sul do que qualquer outro mareante e experimentamos grande admiração por se não nos depararem os habituais obstáculos de gelo. Entrementes, cada instante ameaçava ser o último da nossa vida: não havia vaga alterosa que não se precipitasse para nos esmagar. A ondulação ultrapassava tudo o que eu imaginara possível e o fato de o mar não nos ter sepultado instantaneamente constituía um milagre. O meu companheiro referiu-se ao pouco peso da carga que transportávamos e recordou-me as excelentes qualidades do navio; fosse como fosse, eu não conseguia deixar de sentir o extremo desespero da própria esperança e preparei-me melancolicamente para a morte que acreditava nada poder adiar por mais que uma hora, visto que, a cada nó que o navio avançava, a agitação das prodigiosas águas negras se tornava cada vez mais lugubremente aterradora. Por vezes, ao elevarmo-nos mais ainda que um albatroz, perdíamos a respiração; outras ficávamos atordoados com a velocidade com que o navio se afundava em qualquer inferno aquático, onde o ar estagnava e nenhum som perturbava o sono do kraken (2).
Encontrávamo-nos no fundo de um desses abismos quando um súbito grito do meu companheiro rompeu temerosamente na noite:
– Olhe! Olhe! – gritou angustiadamente aos meus ouvidos. – Deus todo-poderoso! Olhe! Olhe!
Enquanto ele falava, apercebi-me do clarão mortiço e sombrio de uma luz vermelha que se escoava de um e outro lado do abismo em que estávamos mergulhados, e lançava um brilho incerto sobre o nosso convés. Erguendo a vista, observei um espetáculo que me fez gelar o sangue nas veias. A uma altura descomunal acima de nós, e precisamente na orla precipício das águas, pairava um gigantesco navio de umas quatro mil toneladas. Apesar de alcandorado na crista de uma vaga que tinha mais de cem vezes a sua altura, as suas dimensões aparentes ainda assim excediam as de qualquer navio de linha ou da Companhia das Índias. O seu casco enorme era de um negro profundo, nem sequer atenuado por qualquer dos habituais ornatos que os navios ostentam. Uma fileira única de peças de artilharia de bronze emergia das escotilhas abertas e as suas superfícies polidas refletiam os clarões das inúmeras lanternas de combate que balouçavam de um lado para outro na mastreação. Todavia, o que fundamentalmente nos encheu de horror e espanto foi que ele navegava a todo o pano, a despeito daquele mar sobrenatural e do incontrolável furacão. Quando o avistamos a primeira vez, apenas se lhe via a proa, ao erguer-se lentamente do sombrio e horrível fosso que ia deixando para trás. Por um instante de intenso terror, deteve-se sobre o cume vertiginoso, como que imerso na contemplação da sua própria magnificência, após o que estremeceu, vacilou e… iniciou a queda.
Nesse instante, não sei que súbita serenidade me invadiu o espírito. Avançando a cambalear para a popa o mais que me foi possível, aguardei sem receio a catástrofe que certamente nos iria esmagar. O nosso próprio navio começava a abandonar a luta e a mergulhar a proa nas águas. O choque daquela mole que se abatia atingiu-o, por conseguinte, naquele porção da estrutura que estava já sob a água, e o resultado inevitável foi precipitar-me, com irresistível violência, de encontro ao cordame do intruso.
Quando caí, o navio aproou ao vento e virou de bordo; foi à confusão que se seguiu que atribuí o fato de ter passado despercebido aos olhos da tripulação. Não encontrei dificuldade em abrir caminho sem ser detectado até à escotilha principal, que estava parcialmente aberta, e pouco tardou que se me deparasse uma ocasião propícia para me ocultar no porão. Não sei exatamente por que razão o fiz. Talvez uma indefinida sensação de temor, que desde a primeira visão dos tripulantes do navio se me apoderara do espírito, estivesse na origem desta tentativa de buscar esconderijo. Não me sentia inclinado a confiar numa raça de gente que havia revelado, perante o olhar apressado que lhes deitara, tantos motivos de vaga estranheza, dúvida e apreensão. Julguei, pois, acertado arranjar um lugar no porão onde pudesse ocultar-me. Fi-lo deslocando uma porção de pranchas, de modo a obter um abrigo adequado entre o cavername enorme do navio.
Mal terminara ainda a tarefa, quando o som de passos no porão me obrigou a utilizá-lo. Um homem de andar débil e incerto passou junto ao meu esconderijo. Não pude ver-lhe o rosto, mas tive ocasião de observar-lhe o aspecto geral. Apresentava indícios de idade avançada e de doença. Os joelhos vacilavam ao peso dos anos e todo o corpo estremecia sob o seu fardo. Murmurava de si para si, em tom grave e entrecortado, quaisquer palavras numa língua que não logrei distinguir e tateou a um canto entre uma pilha de instrumentos de aspecto invulgar e de cartas de navegação apodrecidas. O seu comportamento era uma estranha mistura de rabugice da segunda infância e da solene dignidade de um deus. Acabou por regressar ao convés e não voltei a vê-lo.
* * *
Um sentimento que não sei designar apossou-se-me do espírito: uma sensação que não admite análise, para a qual os ensinamentos do passado de nada servem e, receio, nem o porvir me fornecerá a chave. Para um espírito da estrutura do meu, esta última consideração é uma tortura. Nunca hei de ser esclarecido – sei que nunca o serei – relativamente à natureza das minhas concepções. E contudo não será de estranhar que tais concepções sejam mal definidas, posto que têm a sua origem em causas tão inteiramente inéditas. Um novo sentido – uma nova entidade – foi acrescentada à minha alma.
Faz já muito que pisei pela primeira vez o convés deste terrível navio e julgo que os raios do meu destino convergem para um foco. Homens incompreensíveis! Imersos em meditações cuja natureza não logro adivinhar, passam por mim sem darem pela minha presença. O fato de me esconder é puro disparate da minha parte, pois esta gente não quer ver. Ainda há instantes passei diretamente pela frente do imediato; não faz muito tempo que me aventurei a penetrar mesmo no camarote individual do comandante e de lá tirei o material com o qual escrevo e tenho vindo a escrever. Continuarei este diário de quando em quando. É certo que posso não ter ocasião de transmiti-lo ao mundo, mas não deixarei de o tentar. No último momento meterei o manuscrito numa garrafa e lançá-la-ei ao mar.
* * *
Deu-se um incidente que me forneceu novos motivos de reflexão. Será tudo isto obra de um desordenado Acaso? Tinha-me aventurado a sair ao convés e estendi-me, sem despertar a menor atenção, no meio de um amontoado de cabos de enxárcias e de velas usadas, no fundo do escaler. Enquanto meditava sobre a singularidade do meu destino, rabisquei inconscientemente com uma brocha de alcatrão as orlas de um cutelo cuidadosamente dobrado que tinha perto de mim sobre uma barrica. O cutelo está agora envergado no navio e as pinceladas irrefletidas da brocha, com a vela esticada, formam a palavra DESCOBERTA.
Ultimamente fiz várias observações sobre a estrutura do navio. Embora bem armado, creio que não se trata de um navio de guerra. Quer o cordame, quer a construção, quer o equipamento em geral levam a por de lado tal hipótese. O que ele não é posso eu facilmente compreender; receio é que seja impossível dizer o que é. Não sei como, mas, ao perscrutar o seu estranho modelo e a forma singular da mastreação, o seu enorme tamanho, o exagerado número de jogos de velas, a sua proa austeramente simples e a popa antiquada, acontece vir uma ou outra vez ao meu espírito uma sensação de coisas familiares, e a essas sombras indistintas da memória mistura-se sempre uma inexplicável reminiscência de velhas crônicas estrangeiras e de épocas remotas.
Estive a observar o madeiramento do navio. O material de que é feito é-me desconhecido. Há uma característica peculiar da madeira que me choca como se a tornasse inadequada para o fim ao qual foi destinada: refiro-me à sua extrema porosidade, considerada independentemente do fato dos estragos que os parasitas provocam nestes mares e para além da podridão concomitante com a idade. Isto poderá porventura parecer uma observação algo sutil, mas esta madeira teria todas as características do carvalho espanhol se este tivesse sido distendido por quaisquer meios não naturais.
Ao reler a frase anterior, ocorre-me intacto à memória o curioso adágio de um velho marinheiro holandês forjado nas intempéries: “É tão verdade”, costumava dizer quando alguém albergava qualquer dúvida sobre a veracidade do que contava, “como é verdade existir um mar onde o próprio navio aumenta de volume como o corpo vivo de um marinheiro”.
Há cerca de uma hora, ousei introduzir-me num grupo de tripulantes. Não me deram a menor atenção e, embora estivesse mesmo no meio de todos eles, pareceram completamente alheios à minha presença. Tal como o que tinha visto antes no porão, qualquer deles apresentava indícios de encanecida velhice. Os joelhos tremiam-lhes de doença; tinham os ombros duplamente abaulados devido à decrepitude; os seus rostos ressequidos abanavam ao vento; as vozes eram baixas, trêmulas e entrecortadas; os olhos cintilavam-lhes com a reuma dos anos e os cabelos grisalhos tremulavam espantosamente na tempestade. Em redor deles, por todo o convés, estavam espalhados instrumentos matemáticos da mais singular e obsoleta estrutura.
Referi um pouco atrás o envergar de um cutelo. Desde essa altura o navio, correndo com o vento, continuou a sua assustadora carreira para sul, com todo pano largado, dos topos dos mastros aos botalós dos cutelos baixos, e balançando a cada instante as vergas do joanete no mais aterrador inferno marinho que a imaginação humana possa conceber. Acabo de abandonar o convés, onde concluí ser impossível manter-me, embora a tripulação não pareça experimentar grande incomodidade. Afigura-se-me o milagre dos milagres o fato de a massa enorme de nosso navio não ser tragada de uma vez por todas. Estamos certamente condenados a pairar continuamente sobre a orla da Eternidade, sem dar um mergulho final no abismo. Deslizamos entre vagas mil mais tremendas do que alguma vez vi, com a facilidade da sagitada gaivota; e as ondas colossais erguem as cristas sobre nós como demônios das profundezas, mas como demônios limitados a meras ameaças e impedidos de destruir. Sinto-me tentado a atribuir esta repetida salvação à unica causa natural que pode explicar tal efeito: devo supor que o navio está sob a influência de uma forte corrente, de uma impetuosa ressaca.
Vi o comandante cara a cara, e no seu próprio camarote; mas, como esperava, não me prestou atenção. Embora nada haja no seu aspecto, para um observador pouco atento, que possa sugerir ser ele alguma coisa mais ou menos do que humano, misturaram-se-me uma irreprimível reverência e temor à sensação de espanto com que o observei. A estatura dele é quase a mesma que a minha, isto é, certa de um metro e setenta. É de compleição proporcionada e compacta, sem ser robusto nem quanto ao resto digno de nota. É, porém, a singularidade da expressão que lhe anima o rosto, é o intenso, maravilhoso e empolgante testemunho de velhice, de uma tão extrema velhice que suscita no meu espírito um sentimento, uma sensação inefável. A sua fronte, conquanto pouco enrugada, parece transportar a marca de uma miríade de anos. Os seus cabelos grisalhos são registros do passado e os olhos ainda mais cinzentos são sibilas do futuro. O pavimento do camarote estava densamente juncado de in-fólios com fivelas de ferro, de esboroados instrumentos científicos e de cartas obsoletas e há muito abandonadas. Tinha a cabeça inclinada sobre as mãos e lia atentamente, com um ardente olhar inquieto, um papel que tomei por uma carta de comando e que, em qualquer caso, apresentava a assinatura de um monarca. Murmurava de si para si, em voz baixa e rabugenta, como fazia o primeiro marinheiro que eu vira no porão, quaisquer sílabas de uma língua estrangeira, e, embora falasse mesmo junto de mim, a sua voz parecia chegar-me aos ouvidos vinda de uma milha de distância.
O navio e todos os que nele seguem estão imbuídos do espírito de Antanho. A tripulação desliza para um lado e para outro como fantasmas de séculos enterrados; os seus olhares têm uma expressão ansiosa e intranqüila; e quando os seus dedos, à minha passagem, caem sob o brilho cru das lanternas de combate, sinto o que nunca antes senti, embora toda a vida tenha negociado em antiguidades e me tenha impregnado das sombras das colunas caídas de Balbec, Tadmor, e Persépolis, até a minha própria alma se converter numa ruína.
Quando olho em redor envergonho-me das minhas apreensões iniciais. Se tremi ante a tempestade que até agora nos acompanhou, não deveria ficar horrorizado perante a adversidade do vendo e do oceano, que as palavras tornado e simum se tornam banais e ineficazes para descrever? Tudo o que se encontra na imediata proximidade do navio é a escuridão da noite eterna e um caos de água sem espuma; mas, cerca de uma légua para um e outro bordo, podem ver-se, indistintamente e de quando em quando, enormes baluartes de gelo, que se erguem ao longe contra o céu desolado, semelhantes às muralhas do universo.
Conforme imaginei, prova-se que o navio está sob a ação de uma corrente, se é que assim se pode apelidar uma maré que, gemendo e uivando através da brancura do gelo, troveja para o sul com uma velocidade semelhante à impetuosa precipitação de uma catarata.
Creio ser totalmente impossível transmitir o horror das minhas sensações; porém, a curiosidade de penetrar os mistérios destas horríveis regiões prevalece mesmo sobre o meu desespero e reconcilia-me com o aspecto mais hediondo da morte. Torna-se evidente que corremos ao encontro de qualquer revelação emocionante: algum segredo que nunca será transmitido, descoberta é o termo da vida. Talvez esta corrente nos leve ao próprio Pólo Sul. Devo considerar que esta suposição, aparentemente tão estranha, tem todas as probabilidades de estar correta.
A tripulação percorre o convés com passo inquieto e trêmulo; mas há na sua atitude uma expressão que é mais da ânsia da esperança do que da apatia do desespero.
Entretanto, temos ainda o vento na popa e, como navegamos com imenso pano, o navio é por vezes erguido do mar em peso. Oh, horror sobre horror! O gelo abre-se simultaneamente à direita e à esquerda e começamos a rodopiar vertiginosamente em imensos círculos concêntricos, em torno de um gigantesco anfiteatro, de paredes cuja altura se perde na escuridão e na distância. Mas pouco tempo me restará para ponderar sobre o meu destino: os círculos estreitam rapidamente… mergulhamos loucamente nas garras do turbilhão… e, por entre o rugir, o bramir e o ribombar do oceano e da tempestade, o navio começa a estremecer e – meu Deus! – e… a afundar. (3)
Edgar Allan Poe
font
e: https://contosdocovil.wordpress.com/2008/06/09/manuscrito-encontrado-numa-garrafa/
Notas:
1. Embarcação oriental armada de velas latinas e normalmente de dois mastros. (N. do T.)
2. Monstro marinho lendário das costas escandinavas. (N. do T.)
3. O Manuscrito encontrado numa garrafa foi publicado pela primeira vez em 1831, e só muitos anos mais tarde tomei conhecimento das cartas de Mercator, nas quais o oceano é representado a precipitar-se, por quatro embocaduras, no Abismo Polar (do Norte), para ser absorvido pelas entranhas da terra, sendo o próprio pólo representado por um rochedo negro que se ergue a uma altura prodigiosa. (N. do A.)

segunda-feira, 24 de outubro de 2016


Historia dos fãs.


Voltei com esse quadro, mas não tenho certeza se o pessoal lembra. É assim, vocês me mandam suas historias no meu e-mail* e eu posto elas aqui assim que possível, essa por exemplo já é a segunda historia mandada por uma fã e, como a anterior, é muito boa.*e-mail: joaopangelico@gmail.com

Isso aconteceu com minha mãe e comigo, quando eu era realmente muito nova, meu irmão ainda não havia nascido, eu tinha somente 11 meses de vida.
Minha mãe havia acabo de alugar uma casa num quintal, o lugar era adorável e muito bonito, ela limpou tudo e arrumou direitinho.
Passando as horas, ela foi me buscar na casa de uma amiga, Telma, que cuidava de mim enquanto ela trabalhava, bem, quando chegamos no portão, eu comecei a tremer e a chorar, agoniada, mamãe não entendeu nada e então entramos na casa.
Acima de onde morávamos, havia outra casa, onde -segundo minha mãe- moravam um homem e uma mulher.
Eu chorava o tempo todo, e não conseguia dormir, mamãe também não, mas, não era por causa do choro, e sim pelo barulho na casa de cima, ao que parecia, haviam criancinhas jogando bola.
Dias se passaram e eu continuava a chorar quando chegava na casa, Telma disse para mamãe me levar até um senhor que iria me benzer, e assim mamãe o fez.
O senhor me benzeu e então disse:
No dia seguinte, quando mamãe saiu de casa, foi até a vizinha, e pra sua surpresa, não morava ninguém lá - o que ela estranhou, já que tinha visto o casal havia alguns dias -.
Ao que parece, a mulher que morava lá tinha dois gatos.
Depois disso, eu parei de chorar, e nunca tive tanto medo do escuro como as outras crianças.


-Você mudou pra uma casa nova esses dias, né?
Mamãe afirmou e então ele respondeu:
-Sua filha ta vendo coisa, coisa que a senhora não vê, faz o seguinte; leva ela pra casa e faz um chá de erva doce, dá três goles pra ela, nada mais, depois joga o resto na pia e pega a menina, vá pro quarto sem olhar pra trás e dorme, ela vai parar de chorar.
Prontamente, minha mãe obedeceu, esperou um pouco ate meu pai chegar, como ele estava demorando, ela fez o chá, me deu três goles, jogou o resto fora e então foi pro quarto.
Já eram umas sete da noite quando ela ouviu um barulho da porta abrindo, se levantou e caminhou na direção da porta da sala, então, ela viu um vulto, assustada, parou em frente a porta e chamou o nome de meu pai, para confirmar que era ele mesmo, ele a respondeu e então mamãe abriu a porta, assustada e disse:
-Rodrigo, não vai na cozinha.
Ele estranhou, mas obedeceu, como o banheiro era colado ao quarto, ele tomou um banho e então os dois foram dormir.

Autora: Anninja Senpai

sexta-feira, 21 de outubro de 2016

A Máscara da Morte Rubra


A “Morte Rubra” havia muito devastava o país. Jamais se viu peste tão fatal ou tão hedionda. O sangue era sua revelação e sua marca. A cor vermelha e o horror do sangue. Surgia com dores agudas e súbita tontura, seguidas de profuso sangramento pelos poros, e então a morte. As manchas rubras no corpo e principalmente no rosto da vítima eram o estigma da peste que a privava da ajuda e compaixão dos semelhantes. E entre o aparecimento, a evolução e o fim da doença não se passava mais de meia hora.
Mas o príncipe Próspero era feliz, destemido e astuto. Quando a população de seus domínios se reduziu à metade, mandou vir à sua presença um milhar de amigos sadios e divertidos dentre os cavalheiros e damas da corte e com eles retirou-se, em total reclusão, para um dos seus mosteiros encastelados. Era uma construção imensa e magnífica, criação do gosto excêntrico, mas grandioso do próprio príncipe. Circundava-a a muralha forte e muito alta, com portas de ferro. Depois de entrarem, os cortesãos trouxeram fornalhas e grandes martelos para soldar os ferrolhos. Resolveram não permitir qualquer meio de entrada ou saída aos súbitos impulsos de desespero dos que estavam fora ou aos furores do que estavam dentro. O mosteiro dispunha de amplas provisões. Com essas precauções, os cortesãos podiam desafiar o contágio. O mundo externo que cuidasse de si mesmo. Nesse meio-tempo era tolice atormentar-se ou pensar nisso. O príncipe havia providenciado toda a espécie de divertimentos. Havia bufões, improvisadores, dançarinos, músicos, beleza, vinho. Lá dentro, tudo isso mais segurança. Lá fora, a “Morte Rubra”.
Lá pelo final do quinto ou sexto mês de reclusão, enquanto a peste grassava mais furiosamente lá fora, o príncipe Próspero brindou os mil amigos com um magnífico baile de máscaras.
Que voluptuosa cena a daquela mascarada! Mas antes descrevamos os salões em que ela se desenrolava. Era uma série imperial de sete salões. Em muitos palácios, porém, esses salões formam uma perspectiva longa e reta, quando as portas se abrem até se encostarem nas paredes de ambos os lados, de tal modo que a vista de toda essa sucessão é quase desimpedida. Ali, a situação era muito diferente, como se devia esperar da paixão do príncipe pelo fantástico. Os salões estavam dispostos de maneira tão irregular que os olhos só podiam abarcar pouco mais de cada um por vez. Havia um desvio abrupto a cada vinte ou trinta metros e, a cada desvio, um efeito novo. À direita e à esquerda, no meio de cada parede, uma alta e estreita janela gótica dava para um corredor fechado que acompanhava as curvas do salão. A cor dos vitrais dessas janelas variava de acordo com a tonalidade dominante na decoração do salão para o qual se abriam. O da extremidade leste, por exemplo, era azul – e de um azul intenso eram suas janelas. No segundo salão os ornamentos e tapeçarias, assim como as vidraças, eram cor de púrpura. O Terceiro era inteiramente verde, e verdes também os caixilhos das janelas. O quarto estava mobiliado e iluminado com cor alaranjada. O quinto era branco, e o sexto, roxo. O sétimo salão estava todo coberto por tapeçarias de veludo negro, que pendiam do teto e pelas paredes, caindo em pesadas dobras sobre um tapete do mesmo material e tonalidade. Apenas nesse salão, porém, a cor das janelas deixava de corresponder à das decorações. Aa vidraças, ali, eram rubras – de uma violenta cor de sangue.
Ora, em nenhum dos sete salões havia qualquer lâmpada ou candelabro, em meio à profusão de ornamentos de ouro espalhados por todos os cantos ou dependurados do teto. Nenhuma lâmpada ou vela iluminava o interior da seqüência de salões. Mas nos corredores que circundavam a suíte havia, diante de cada janela, um pesado tripé com um braseiro, que projetava seus raios pelos vitrais coloridos e, assim, iluminava brilhantemente a sala, produzindo grande número de efeitos vistosos e fantásticos. Mas no salão oeste, ou negro, o efeito do clarão de luz que jorrava sobre as cortinas escuras através das vidraças da cor do sangue era desagradável ao extremo e produzia uma expressão tão desvairada no semblante dos que entravam que poucos no grupo sentiam ousadia bastante para ali penetrar.
Era também nesse apartamento que se achava, encostado à parede oeste, um gigantesco relógio de ébano. Seu pêndulo oscilava de um lado para o outro com um bater surdo, pesado, monótono; quando o ponteiro dos minutos completava o circuito do mostrador e o relógio ia dar as horas, de seus pulmões de bronze brotava um som claro, alto, grave e extremamente musical, mas em tom tão enfático e peculiar que, ao final de cada hora, os músicos da orquestra se viam obrigados a interromper momentaneamente a apresentação para escutar-lhe o som; com isso os dançarinos forçosamente tinham de parar as evoluções da valsa e, por um breve instante, todo o alegre grupo mostrava-se perturbado; enquanto ainda soavam os carrilhões do relógio, observava-se que os mais frívolos empalideciam e os mais velhos e serenos passavam a mão pela teste, como se estivessem num confuso devaneio ou meditação. Mas, assim que os ecos desapareciam interiormente, risinhos levianos logo se riam do próprio nervosismo e insensatez e, em sussurros, diziam uns aos outros que o próximo soar de horas não produziria neles a mesma emoção; mas, após um lapso de sessenta minutos (que abrangem três mil e seiscentos segundos do tempo que voa), quando o relógio dava novamente as horas, acontecia a mesma perturbação e idênticos tremores e gestos de meditação de antes.
Apesar disso tudo, que festa alegre e magnífica! Os gostos do príncipe eram estranhos. Sabia combinar cores e efeitos. Menosprezando a mera decoração da moda, seus arranjos mostravam-se ousados e veementes, e suas idéias brilhavam com um esplendor bárbaro. Alguns podiam considerá-lo louco, sendo desmentidos por seus seguidores. Mas era preciso ouvi-lo, vê-lo e tocá-lo para convencer-se disso.
Para essa grande festa, ele próprio dirigiu, em grande parte, a ornamentação cambiante dos sete salões, e foi seu próprio gosto que inspirou as fantasias dos foliões. Claro que eram grotescas. Havia muito brilho, resplendor, malícia e fantasia – muito daquilo que foi visto depois no Hernani. Havia figuras fantásticas com membros e adornos que não combinavam. Havia caprichos delirantes como se tivessem sido modelados por um louco. Havia muito de beleza, muito de libertinagem e de extravagância, algo de terrível e um tanto daquilo que poderia despertar repulsa. De um ao outro, pelos sete salões, desfilava majestosamente, na verdade, uma multidão de sonhos. E eles – os sonhos – giravam sem parar, assumindo a cor de cada salão e fazendo com que a impetuosa música da orquestra parecesse o eco de seus passos. Daí a pouco soa o relógio de ébano colocado no salão de veludo. Então, por um momento, tudo se imobiliza e é tudo silêncio, menos a voz do relógio. Os sonhos se congelam como estão. Mas os ecos das batidas extinguem-se – duraram apenas um instante – e risos levianos, mal reprimidos, flutuam atrás dos ecos, à medida que vão morrendo. E logo a música cresce de novo, e os sonhos revivem e rodopiam mais alegremente que nunca, assumindo as cores das muitas janelas multicoloridas, através das quais fluem os raios luminosos dos tripés. Ao salão que fica a mais oeste de todos os sete, porém, nenhum dos mascarados se aventura agora; pois a noite está se aproximando do fim: ali flui uma luz mais vermelha pelos vitrais cor de sangue e o negror das cortinas escuras apavora; para aquele que pousa o pé no tapete negro, do relógio de ébano ali perto chega um clangor ensurdecido mais solene e enfático que aquele que atinge os ouvidos dos que se entregam às alegrias nos salões mais afastados.
Mas nesses outros salões cheios de gente batia febril o coração da vida. E o festim continuou em remoinhos até que, afinal, começou a soar meia-noite no relógio. Então a música cessou, como contei, as evoluções dos dançarinos se aquietaram, e, como antes, tudo ficou intranqüilamente imobilizado. Mas agora iriam ser doze as badaladas do relógio; e desse modo mais pensamentos talvez tenham se infiltrado, por mais tempo, nas meditações dos mais pensativos, entre aqueles que se divertiam. E assim também aconteceu, talvez, que, antes de os últimos ecos da última badalada terem mergulhado inteiramente no silêncio, muitos indivíduos na multidão puderam perceber a presença de uma figura mascarada que antes não chamara a atenção de ninguém. E, ao se espalhar em sussurros o rumor dessa nova presença, elevou-se aos poucos de todo o grupo um zumbido ou murmúrio que expressava a reprovação e surpresa – e, finalmente, terror, horror e repulsa.
Numa reunião de fantasmas como esta que pintei, pode-se muito bem supor que nenhuma aparência comum poderia causar tal sensação. Na verdade, a liberdade da mascarada dessa noite era praticamente ilimitada; mas a figura em questão ultrapassava o próprio Herodes, indo além dos limites até do indefinido decoro do príncipe. Existem cordas, nos corações dos mais indiferentes, que não podem ser tocadas sem emoção. Até para os totalmente insensíveis, para quem a vida e morte são alvo de igual gracejo, existem assuntos com os quais não se pode brincar. Na verdade, todo o grupo parecia agora sentir profundamente que na fantasia e no rosto do estranho não existia graça nem decoro. A figura era alta e esquálida, envolta do pés a cabeça em vestes mortuárias. A máscara que escondia o rosto procurava assemelhar-se de tal forma com a expressão enrijecida de um cadáver que até mesmo o exame mais atento teria dificuldade em descobrir o engano. Tudo isso poderia ter sido tolerado, e até aprovado, pelos loucos participantes da festa, se o mascarado não tivesse ousado encarnar o tipo da Morte Rubra. Seu vestuário estava borrifado de sangue, e sua alta testa, assim como o restante do rosto, salpicada com o horror rubro.
Quando os olhos do príncipe Próspero pousaram nessa imagem espectral (que andava entre os convivas com movimentos lentos e solenes, como se quisesse manter-se à altura do papel), todos perceberam que ele foi assaltado por um forte estremecimento de terror ou repulsa, num primeiro momento, mas logo o seu semblante tornou-se vermelho de raiva.
– Quem ousa…? perguntou com voz rouca aos convivas que estavam perto – quem ousa nos insultar com essa caçoada blasfema? Peguem esse homem e tirem sua máscara, para sabermos quem será enforcado no alto dos muros, ao amanhecer!
O príncipe Próspero estava na sala leste, ou azul, ao dizer essas palavras. Elas ressoaram pelos sete salões, altas e claras, pois o príncipe era um homem ousado e robusto e a música se calara com um sinal de sua mão.
O príncipe achava-se no salão azul com um grupo de pálidos convivas ao seu lado. Assim que falou, houve um ligeiro movimento dessas pessoas na direção do intruso, que, naquele momento, estava bem ao alcance das mãos, e agora, com passos decididos e firmes, se aproximava do homem que tinha falado. Mas por causa de um certo temor sem nome, que a louca arrogância do mascarado havia inspirado em toda a multidão, não houve ninguém que estendesse a mão para detê-lo; de forma que, desimpedido , passou a um metro do príncipe e, enquanto a vasta multidão, como por um único impulso, se retraía do centro das salas para as paredes, ele continuou seu caminho sem deter-se, no mesmo passo solene e medido que o distinguira desde o inicio, passando do salão azul para o púrpura, do púrpura para o verde, do verde para o alaranjado, e desse ainda para o branco, e daí para o roxo, antes que se fizesse qualquer movimento decisivo para dete-lo. Foi então que o príncipe Próspero, louco de raiva e vergonha por sua momentânea covardia, correu apressadamente pelos seis salões, sem que ninguém o seguisse por causa do terror mortal que tomara conta de todos. Segurando bem alto um punhal desembainhado, aproximou-se, impetuosamente, até cerca de um metro do vulto que se afastava, quando este, ao atingir a extremidade do salão de veludo, virou-se subitamente e enfrentou seu perseguidor. Ouviu-se um grito agudo e o punhal caiu cintilando no tapete negro, sobre o qual, no instante seguinte, tombou prostrado de morte o príncipe Próspero. Então, reunindo a coragem selvagem do desespero, um bando de convivas lançou-se imediatamente no apartamento negro e, agarrando o mascarado, cuja alta figura permanecia ereta e imóvel à sombra do relógio de ébano, soltou um grito de pavor indescritível, ao descobrir que, sob a mortalha e a máscara cadavérica, que agarravam com tamanha violência e grosseria, não havia qualquer forma palpável.
E então reconheceu-se a presença da Morte Rubra. Viera como um ladrão na noite. E um a um foram caindo os foliões pelas salas orvalhadas de sangue, e cada um morreu na mesma posição de desespero em que tombou ao chão. E a vida do relógio de ébano dissolveu-se junto com a vida do último dos dissolutos. E as chamas dos braseiros extinguiram-se. E o domínio ilimitado das Trevas, da Podridão e da Morte Rubra estendeu-se sobre tudo.
fonte:http://xroads.virginia.edu/~hyper/poe/masque.html

terça-feira, 18 de outubro de 2016

O Corvo 
(tradução de Machado de Assis, que faz isso muito melhor que eu, provavelmente)

Em certo dia, à hora, à horaDa meia-noite que apavora,Eu, caindo de sono e exausto de fadiga,Ao pé de muita lauda antiga,De uma velha doutrina, agora morta,Ia pensando, quando ouvi à portaDo meu quarto um soar devagarinho,E disse estas palavras tais:"É alguém que me bate à porta de mansinho;Há de ser isso e nada mais."
Ah! bem me lembro! bem me lembro!Era no glacial dezembro;Cada brasa do lar sobre o chão refletiaA sua última agonia.Eu, ansioso pelo sol, buscavaSacar daqueles livros que estudavaRepouso (em vão!) à dor esmagadoraDestas saudades imortaisPela que ora nos céus anjos chamam Lenora.E que ninguém chamará mais.
E o rumor triste, vago, brandoDas cortinas ia acordandoDentro em meu coração um rumor não sabido,Nunca por ele padecido.Enfim, por aplacá-lo aqui no peito,Levantei-me de pronto, e: "Com efeito,(Disse) é visita amiga e retardadaQue bate a estas horas tais.É visita que pede à minha porta entrada:Há de ser isso e nada mais."
Minh'alma então sentiu-se forte;Não mais vacilo e desta sorteFalo: "Imploro de vós, — ou senhor ou senhora,Me desculpeis tanta demora.Mas como eu, precisando de descanso,Já cochilava, e tão de manso e mansoBatestes, não fui logo, prestemente,Certificar-me que aí estais."Disse; a porta escancaro, acho a noite somente,Somente a noite, e nada mais.
Com longo olhar escruto a sombra,Que me amedronta, que me assombra,E sonho o que nenhum mortal há já sonhado,Mas o silêncio amplo e calado,Calado fica; a quietação quieta;Só tu, palavra única e dileta,Lenora, tu, como um suspiro escasso,Da minha triste boca sais;E o eco, que te ouviu, murmurou-te no espaço;Foi isso apenas, nada mais.
Entro coa alma incendiada.Logo depois outra pancadaSoa um pouco mais forte; eu, voltando-me a ela:"Seguramente, há na janelaAlguma cousa que sussurra. Abramos,Eia, fora o temor, eia, vejamosA explicação do caso misteriosoDessas duas pancadas tais.Devolvamos a paz ao coração medroso,Obra do vento e nada mais."
Abro a janela, e de repente,Vejo tumultuosamenteUm nobre corvo entrar, digno de antigos dias.Não despendeu em cortesiasUm minuto, um instante. Tinha o aspectoDe um lord ou de uma lady. E pronto e reto,Movendo no ar as suas negras alas,Acima voa dos portais,Trepa, no alto da porta, em um busto de Palas;Trepado fica, e nada mais.
Diante da ave feia e escura,Naquela rígida postura,Com o gesto severo, — o triste pensamentoSorriu-me ali por um momento,E eu disse: "O tu que das noturnas plagasVens, embora a cabeça nua tragas,Sem topete, não és ave medrosa,Dize os teus nomes senhoriais;Como te chamas tu na grande noite umbrosa?"E o corvo disse: "Nunca mais".
Vendo que o pássaro entendiaA pergunta que lhe eu fazia,Fico atônito, embora a resposta que deraDificilmente lha entendera.Na verdade, jamais homem há vistoCousa na terra semelhante a isto:Uma ave negra, friamente postaNum busto, acima dos portais,Ouvir uma pergunta e dizer em respostaQue este é seu nome: "Nunca mais".
No entanto, o corvo solitárioNão teve outro vocabulário,Como se essa palavra escassa que ali disseToda a sua alma resumisse.Nenhuma outra proferiu, nenhuma,Não chegou a mexer uma só pluma,Até que eu murmurei: "Perdi outroraTantos amigos tão leais!Perderei também este em regressando a aurora."E o corvo disse: "Nunca mais!"
Estremeço. A resposta ouvidaÉ tão exata! é tão cabida!"Certamente, digo eu, essa é toda a ciênciaQue ele trouxe da convivênciaDe algum mestre infeliz e acabrunhadoQue o implacável destino há castigadoTão tenaz, tão sem pausa, nem fadiga,Que dos seus cantos usuaisSó lhe ficou, na amarga e última cantiga,Esse estribilho: "Nunca mais".
Segunda vez, nesse momento,Sorriu-me o triste pensamento;Vou sentar-me defronte ao corvo magro e rudo;E mergulhando no veludoDa poltrona que eu mesmo ali trouxeraAchar procuro a lúgubre quimera,A alma, o sentido, o pávido segredoDaquelas sílabas fatais,Entender o que quis dizer a ave do medoGrasnando a frase: "Nunca mais".
Assim posto, devaneando,Meditando, conjeturando,Não lhe falava mais; mas, se lhe não falava,Sentia o olhar que me abrasava.Conjeturando fui, tranqüilo a gosto,Com a cabeça no macio encostoOnde os raios da lâmpada caíam,Onde as tranças angelicaisDe outra cabeça outrora ali se desparziam,E agora não se esparzem mais.
Supus então que o ar, mais denso,Todo se enchia de um incenso,Obra de serafins que, pelo chão roçandoDo quarto, estavam meneandoUm ligeiro turíbulo invisível;E eu exclamei então: "Um Deus sensívelManda repouso à dor que te devoraDestas saudades imortais.Eia, esquece, eia, olvida essa extinta Lenora."E o corvo disse: "Nunca mais".
“Profeta, ou o que quer que sejas!Ave ou demônio que negrejas!Profeta sempre, escuta: Ou venhas tu do infernoOnde reside o mal eterno,Ou simplesmente náufrago escapadoVenhas do temporal que te há lançadoNesta casa onde o Horror, o Horror profundoTem os seus lares triunfais,Dize-me: existe acaso um bálsamo no mundo?"E o corvo disse: "Nunca mais".
“Profeta, ou o que quer que sejas!Ave ou demônio que negrejas!Profeta sempre, escuta, atende, escuta, atende!Por esse céu que além se estende,Pelo Deus que ambos adoramos, fala,Dize a esta alma se é dado inda escutá-laNo éden celeste a virgem que ela choraNestes retiros sepulcrais,Essa que ora nos céus anjos chamam Lenora!”E o corvo disse: "Nunca mais."
“Ave ou demônio que negrejas!Profeta, ou o que quer que sejas!Cessa, ai, cessa! clamei, levantando-me, cessa!Regressa ao temporal, regressaÀ tua noite, deixa-me comigo.Vai-te, não fique no meu casto abrigoPluma que lembre essa mentira tua.Tira-me ao peito essas fataisGarras que abrindo vão a minha dor já crua."E o corvo disse: "Nunca mais".
E o corvo aí fica; ei-lo trepadoNo branco mármore lavradoDa antiga Palas; ei-lo imutável, ferrenho.Parece, ao ver-lhe o duro cenho,Um demônio sonhando. A luz caídaDo lampião sobre a ave aborrecidaNo chão espraia a triste sombra; e, foraDaquelas linhas funeraisQue flutuam no chão, a minha alma que choraNão sai mais, nunca, nunca mais!

fonte:
https://pensador.uol.com.br/frase/MzY1NTQ4/

quinta-feira, 13 de outubro de 2016

Psicose

Domingo

"Eu não sei por que eu estou escrevendo isso no papel e não no meu computador. Eu acho que eu só notei algumas coisas estranhas. Não é que eu não confie no computador ... Eu só ... preciso organizar meus pensamentos. Eu preciso descer todos os detalhes em algum lugar objetivas, em algum lugar eu sei que o que eu escrevo não pode ser excluído ou ... mudou ... não que isso aconteceu. É só ... tudo borra juntos aqui, ea névoa da memória empresta um elenco estranho para as coisas ...

Estou começando a sentir apertado neste pequeno apartamento. Talvez seja esse o problema. Eu só tinha que ir e escolher o mais barato apartamento, o único no porão. A falta de janelas aqui faz dia e noite parecem deslizar pela perfeição. Eu não fui para fora em poucos dias, porque eu tenho trabalhado neste projeto de programação tão intensamente. Acho que eu só queria fazê-lo. Horas de sentado e olhando para um monitor pode fazer alguém se sentir estranho, eu sei, mas eu não acho que é isso.

Eu não tenho certeza, quando eu comecei a sentir que algo estava estranho. Eu não posso nem definir o que é. Talvez eu só não falei com ninguém em quando. Essa é a primeira coisa que se arrastou em cima de mim. Todo mundo que eu normalmente conversar online enquanto eu programa tem sido ocioso, ou que eles simplesmente não conectado em tudo. Minhas mensagens instantâneas sem resposta. O último e-mail que recebi de alguém era um amigo dizendo que ele iria falar para mim quando ele voltou da loja, e que foi ontem. Eu chamaria com meu celular, mas a recepção é terrível aqui. Sim, é isso. Eu só preciso chamar alguém. Eu estou indo para ir para fora.

-

Bem, isso não funcionou tão bem. Como o arrepio de medo desaparece, estou me sentindo um pouco ridículo para ter medo em todos. Eu olhei no espelho antes de ir para fora, mas eu não raspar a barba de dois dias eu cresci. Eu percebi que eu estava indo para uma rápida chamada de telefone celular. Eu mudava a minha camisa, porém, porque era hora do almoço, e eu imaginei que eu ia correr em pelo menos uma pessoa que eu conhecia. Isso não acabar acontecendo. Eu gostaria que fez.

Quando eu saí, eu abri a porta do meu apartamento pequeno lentamente. Uma pequena sensação de apreensão, de alguma forma já se alojou em mim, por algum motivo indefinível. Eu marcado para não tendo falado com ninguém além de mim por um dia ou dois. Olhei para o corredor cinza sujo, feito dingier pelo fato de que ele era um corredor do porão. De um lado, uma porta de metal conduziu a sala do edifício forno. Ela estava trancada, é claro. Duas máquinas de refrigerante estavam tristes por ele, eu comprei um refrigerante de um primeiro dia que me mudei, mas não tinha uma data de validade de dois anos. Estou bastante certo ninguém sabe essas máquinas são mesmo aqui em baixo, ou minha senhoria barato simplesmente não se importa de obtê-los reabastecido.

Eu fechei a porta suavemente, e caminhou outra direção, tomando cuidado para não fazer um som. Eu não tenho idéia por que eu escolhi para fazer isso, mas foi divertido cedendo ao impulso estranho para não quebrar o zumbido monótono das máquinas de refrigerante, pelo menos para o momento. Eu tenho para a escada e desceu as escadas até a porta da frente do prédio. Eu olhei pela janela pequena a pesada porta da praça, e recebeu bastante o choque: ela definitivamente não era hora do almoço. Cidade melancolia pairava sobre a rua escura do lado de fora, e os semáforos no cruzamento à distância piscou amarelo. Dim nuvens, roxo e preto do brilho da cidade, pendurado em cima. Nada se movia, salvar as árvores na calçada poucos que mudaram com o vento. Lembro-me tremendo, embora eu não estava frio. Talvez fosse o vento lá fora. Eu poderia vagamente ouvi-lo através da porta de metal pesado, e eu sabia que era esse tipo único de fim de noite de vento, o tipo que era constante, frio e calmo, para salvar a música rítmica que fez como ele passou por inúmeras árvore invisível folhas.

Eu decidi não ir para fora.

Em vez disso, eu levantei meu celular para pequena janela da porta, e verificou o medidor de sinal. As barras encheu o metro, e eu sorri. Tempo de ouvir voz de outra pessoa, eu me lembro de pensar, aliviado. Foi uma coisa tão estranha, de ter medo de nada. Eu balancei a cabeça, rindo de mim mesmo em silêncio. Eu bati de discagem rápida para o meu melhor amigo número de Amy, e segurou o telefone para o meu ouvido. Ele tocou uma vez ... mas depois parou. Nada aconteceu. Eu escutei o silêncio por uns bons vinte segundos, depois desligou. Eu fiz uma careta, e olhou para o medidor de sinal de novo - ainda cheia. Eu fui para discar o número dela de novo, mas depois o meu telefone tocou na minha mão, me assustando. Eu colocá-lo ao meu ouvido.

"Olá", eu perguntei, lutando imediatamente abaixo de um pequeno choque ao ouvir a primeira voz falada no dia, mesmo se fosse o meu próprio. Eu tinha me acostumado ao zumbido monótono do funcionamento interno do edifício, o meu computador e as máquinas de refrigerante no corredor. Não houve resposta para a minha saudação no início, mas depois, finalmente, uma voz veio.

"Hey", disse uma voz clara do sexo masculino, obviamente, da idade da faculdade, como eu. "Quem é esse?"

"John", eu respondi, confuso.

"Oh, desculpe, número errado", ele respondeu, depois desligou.

Baixei o telefone devagar e encostou-se à parede de tijolos de espessura da escada. Isso foi estranho. Olhei para a minha lista de chamadas recebidas, mas o número era desconhecido. Antes que eu pudesse pensar sobre isso ainda, o telefone tocou alto, chocando-me mais uma vez. Desta vez, eu olhei para o chamador antes de responder. Foi outro número desconhecido. Desta vez, eu segurava o telefone até minha orelha, mas não disse nada. Eu não ouvi nada, mas o ruído de fundo geral de um telefone. Em seguida, uma voz familiar quebrou minha tensão.

"John?" Foi a única palavra, na voz de Amy.

Dei um suspiro de alívio.

"Ei, é você", eu respondi.

"Quem mais seria?", Ela respondeu. "Oh, o número. Eu estou em uma festa na Rua Sete, e meu telefone morreu assim como você me ligou. Esta é alguém de telefone, obviamente. "

"Oh, ok", eu disse.

"Onde está você?", Ela perguntou.

Meus olhos olhou as monótonas paredes brancas de blocos de cilindros e na porta de metal pesado com a sua pequena janela.

"No meu prédio," Eu suspirei. "Só sentindo enfiado. Eu não sabia que era tão tarde. "

"Você deveria vir aqui", disse ela, rindo.

"Não, eu não me sinto como a procura de algum lugar estranho por mim no meio da noite," eu disse, olhando pela janela para a rua silenciosa ventoso que secretamente me assustou um pouquinho. "Eu acho que eu só vou continuar a trabalhar ou ir para a cama."

"Bobagem!", Respondeu ela. "Eu posso vir buscar você! Seu edifício está perto de Seventh Street, certo? "

"Como você está bêbado?" Eu perguntei despreocupadamente. "Você sabe onde eu moro."

"Oh, claro", disse ela abruptamente. "Eu acho que não pode chegar lá a pé, hein?"

"Você pode, se você queria perder meia hora", disse ela.

"Certo", ela disse. "Ok, tenho que ir, boa sorte com o seu trabalho!"

Baixei o telefone mais uma vez, olhando para os números piscam como a chamada foi terminada. Então, de repente, o silêncio droning reafirmou-se em meus ouvidos. As duas chamadas estranhas e da rua sinistra fora apenas levou para casa minha solidão neste escada vazio. Talvez por ter visto muitos filmes de terror, eu tive a idéia súbita e inexplicável de que algo pudesse olhar na janela da porta e me ver, algum tipo de entidade horrível que pairava na borda da solidão, apenas esperando para se aproximar de pessoas inocentes que desviaram muito longe de outros seres humanos. Eu sabia que o medo era irracional, mas ninguém estava por perto, então ... Eu pulei descer as escadas, correu pelo corredor até o meu quarto e fechou a porta tão rapidamente quanto eu poderia ainda ficar em silêncio. Como eu disse, eu me sinto um pouco ridículo para ter medo de nada, eo medo já desapareceu. Escrevendo isso ajuda muito - isso me faz perceber que nada está errado. Ele filtra meia-formados pensamentos e medos e deixa apenas frio, fatos concretos. É tarde, eu recebi um telefonema de um número errado, e telefone de Amy morreu, então ela me ligou de outro número. Nada de estranho está acontecendo.

Ainda assim, havia algo um pouco fora sobre essa conversa. Eu sei que poderia ter sido apenas o álcool que ela tinha ... ou foi mesmo para ela que parecia fora de mim? Ou era ... sim, era isso! Eu não sabia que até o momento, escrevendo essas coisas. Eu sabia escrever coisas ajudaria. Ela disse que estava em uma festa, mas eu só ouvi silêncio no fundo! Claro, isso não significa nada em particular, como ela poderia ter ido lá fora para fazer a chamada. Não ... que não poderia ser qualquer um. Eu não ouvi o vento! Eu preciso ver se o vento ainda está soprando!


Segunda-feira

Eu esqueci de terminar de escrever a noite passada. Eu não tenho certeza do que eu esperava ver quando eu corria até a escada e olhou para fora da janela da porta de metal pesado. Estou me sentindo ridícula. Medo da noite passada parece obscuro e irracional para mim agora. Eu não posso esperar para ir para a luz do sol. Eu vou verificar o meu e-mail, fazer a barba, chuveiro, e, finalmente, sair daqui! Espere ... Acho que ouvi alguma coisa.

-

Foi um trovão. Essa coisa toda de ar fresco e luz do sol não aconteceu. Fui até a escada e suba as escadas, apenas para descobrir decepção. Pequena janela da porta de metal pesado mostrou apenas água corrente, como a chuva torrencial bateu contra ela. Apenas uma luz muito fraca, triste filtrada em meio à chuva, mas pelo menos eu sabia que era o dia, mesmo que fosse um dia cinzento, doentia e molhado. Eu tentei olhar para fora da janela e esperando por relâmpagos para iluminar a escuridão, mas a chuva era muito pesado e eu não poderia fazer nada mais do que vagas formas estranhas se movendo em ângulos estranhos nas ondas de lavar a janela. Desapontado, eu me virei, mas eu não quero voltar para o meu quarto. Em vez disso, eu vagava mais subir as escadas, após o primeiro andar, e o segundo. As escadas terminou no terceiro andar, o andar mais alto do prédio. Eu olhei através do vidro que subiu a parede exterior da escada, mas foi esse tipo, deformada grosso que espalha a luz, não que houvesse muito para ver através da chuva para começar.

Abri a porta da escada e caminhou pelo corredor. Os dez ou mais grossas portas de madeira, pintadas de um azul tempo há muito tempo, foram fechados. Eu escutei que entrei, mas foi o meio do dia, então eu não estava surpreso que eu não ouvi nada, mas a chuva do lado de fora. Enquanto eu estava ali no corredor escuro, ouvindo a chuva, tive a estranha impressão fugaz de que as portas estavam silenciosas como monólitos de granito erguida por uma civilização antiga esquecido por algum motivo insondável guardião. Relâmpagos, e eu podia jurar que, por um momento, a madeira granulada velho azul parecia com pedra bruta. Eu ri de mim mesmo por deixar minha imaginação obter o melhor de mim, mas então ocorreu-me que a tristeza fraca e relâmpagos deve significar havia uma janela em algum lugar no corredor. Uma vaga lembrança à tona, e eu de repente lembrou que o terceiro andar tiveram uma alcova e uma janela de inserção até a metade corredor do piso.

Animado para olhar para a chuva e, possivelmente, ver outro ser humano, eu rapidamente caminhou para a alcova, encontrar o grande janela de vidro fino. Chuva regado, como com janela da porta da frente, mas eu poderia abrir um presente. Cheguei a uma mão para deslizá-lo aberto, mas hesitou. Eu tive a estranha sensação de que se eu abrisse a janela, gostaria de ver algo absolutamente horrível do outro lado. Tudo tem sido tão estranho ultimamente ... então eu vim com um plano, e eu voltei aqui para conseguir o que eu precisava. Eu não acho nada sério virá dele, mas eu estou entediado, está chovendo, e eu vou agitar louco. Voltei para pegar minha webcam. O cabo não é longo o suficiente para chegar ao terceiro andar, por qualquer meio, então ao invés disso eu vou escondê-lo entre as duas máquinas de refrigerante no final escuro do meu corredor do porão, execute o fio ao longo da parede e sob a minha porta, e colocar fita adesiva preta sobre o fio para mistura com a faixa preta de plástico que corre ao longo da base das paredes do corredor de. Eu sei que isso é bobagem, mas eu não tenho nada melhor para fazer ...

Bem, nada aconteceu. Apoiei a porta corredor-de-escada, preparou-me, em seguida, abriu a pesada porta da frente aberta e correu como o diabo descer as escadas para o meu quarto e bateu a porta. Eu assisti a webcam em meu computador atentamente, vendo o corredor fora da minha porta e mais da escada. Eu estou assistindo agora, e eu não vejo nada de interessante. Eu só queria que a posição da câmera era diferente, de modo que eu podia ver a porta da frente. Hey! Alguém está online!

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Saí uma antiga webcam, menos funcional que eu tinha no meu armário para vídeo chat com meu amigo online. Eu realmente não poderia explicar a ele por que eu queria de vídeo chat, mas foi bom para ver o rosto de outra pessoa. Ele não podia falar muito, e nós não falamos sobre nada de significativo, mas me sinto muito melhor. Meu medo estranho quase passou. Eu me sentiria completamente melhor, mas havia algo ... estranho ... sobre a nossa conversa. Eu sei que eu disse que tudo parecia estranho, mas ... ainda assim, ele era muito vago em suas respostas. Não me lembro de uma coisa específica que ele disse ... nenhum nome em particular, ou lugar ou evento ... mas ele pediu meu endereço de e-mail para manter contato. Espere, eu só tenho um e-mail.

Estou prestes a sair. Acabei de receber um e-mail de Amy que me pediu para conhecê-la para jantar no "o lugar que costumamos ir. ' Eu faço a pizza amor, e eu só tenho de comer alimentos aleatório de minha geladeira mal abastecido por dias, então eu não posso esperar. Mais uma vez, sinto-me ridícula sobre o estranho casal de dias que eu tenho tido. Eu deveria destruir este diário quando eu voltar. Ah, outro e-mail.

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Oh meu deus. Eu quase deixou o e-mail e abriu a porta. Eu quase abriu a porta. Eu quase abriu a porta, mas eu li o primeiro e-mail! Era de um amigo que eu não tinha ouvido falar em um longo tempo, e ela foi enviada para um grande número de e-mails que deve ter sido cada pessoa que ele tinha guardado em sua lista de endereços. Ele não tinha assunto, e disse, simplesmente:

viu com seus próprios olhos não confio neles eles

Que diabo é que isso quer dizer? As palavras me chocar, e eu continuo indo mais e mais delas. É enviado um e-mail desesperado tão ... Aconteceu alguma coisa? As palavras são, obviamente, cortar sem terminar! Em qualquer outro dia eu teria demitido este como spam de um vírus de computador ou algo assim, mas as palavras ... visto com seus próprios olhos! Eu não posso ajudar, mas ler sobre este jornal e olhar para trás nos últimos dias e perceber que eu não vi outra pessoa com os meus próprios olhos ou falou para outro pessoa cara a cara. A conversa na webcam com meu amigo era tão estranho, tão vago, tão ... estranho, agora que penso nisso. Foi estranho? Ou é o medo nublando minha memória? Minha mente brinquedos com a progressão de eventos que eu escrevi aqui, lembrando que eu não tenha sido apresentado com um único fato que eu não especificamente dar unsuspectingly. O aleatória "número errado", que tem o meu nome ea chamada posterior regresso estranha de Amy, o amigo que pediu para o meu endereço de e-mail ... eu mensagem para ele em primeiro lugar quando o vi online! E então eu tenho o meu primeiro e-mail alguns minutos depois dessa conversa! Oh meu deus! Aquele telefonema com Amy! Eu disse ao telefone - Eu disse que era uma caminhada de meia hora de Rua Sete! Eles sabem que eu estou perto de lá! E se eles estão tentando me encontrar?! Onde está todo mundo? Por que eu não vi ou ouvi ninguém em dia?

Não, não, isso é loucura. Isto é absolutamente louco. Eu preciso acalmar. Essa loucura precisa acabar.

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Eu não sei o que pensar. Corri sobre meu apartamento furiosamente, segurando meu celular até cada esquina para ver se ele tem um sinal através das paredes pesadas. Finalmente, no banheiro minúsculo, perto de um canto do teto, eu tenho uma única barra. Segurando meu telefone lá, eu mandei uma mensagem de texto para cada número na minha lista. Não querendo trair nada sobre meus medos infundados, eu simplesmente enviada:

Você viu o rosto de alguém para enfrentar ultimamente?

Naquele momento, eu só queria qualquer resposta de volta. Eu não ligo para o que a resposta foi, ou se eu me envergonhado. Tentei chamar alguém algumas vezes, mas eu não poderia começar a minha cabeça erguida o suficiente, e se eu trouxe o meu celular para baixo até uma polegada, perdeu sinal. Então lembrei-me o computador, e correu para ele, todos online de mensagens instantâneas. A maioria era ocioso ou longe de seu computador. Ninguém respondeu. Minhas mensagens cresceu mais frenético, e eu comecei a dizer às pessoas onde eu estava e de parar na pessoa por uma série de razões apenas passável. Eu não me importava com nada por esse ponto. Eu só precisava de ver outra pessoa!

Eu também rasgou meu apartamento procurando por algo que eu poderia ter perdido, de alguma forma entrar em contato com outro ser humano, sem abrir a porta. Eu sei que é louco, eu sei que é infundada, mas o que se? E se? Eu só preciso ter certeza! Eu gravei o telefone para o teto em caso

Terça-feira

O telefone tocou! Exausto de tumulto de ontem à noite, eu devo ter adormecido. Acordei com o telefone tocando, e correu para o banheiro, estava no banheiro, e abriu o telefone colado no teto. Era Amy, e eu me sinto muito melhor. Ela estava realmente preocupada comigo, e aparentemente estava tentando entrar em contato comigo desde a última vez que falei com ela. Ela está vindo agora, e, sim, ela sabe onde eu estou, sem me dizer-lhe. Eu me sinto tão envergonhado. Estou definitivamente lançar esta revista fora antes que alguém o vê. Eu nem sei por que estou escrevendo nele agora. Talvez seja apenas porque é a única comunicação que eu tive em tudo desde que ... Deus sabe quando. Eu olho como o inferno, também. Eu olhei no espelho antes de voltar aqui. Meus olhos estão fundos, minha barba é espessa, e eu só olhar geralmente insalubre.

Meu apartamento é na lixeira, mas eu não estou indo para limpá-lo. Acho que preciso de alguém para ver o que eu passei. Estes últimos dias não têm sido normais. Eu não estou a imaginar coisas. Eu sei que tenho sido vítima de extrema probabilidade. Eu provavelmente não viu outra pessoa uma dúzia de vezes. Aconteceu de eu sair quando era tarde da noite, ou no meio do dia, quando todos se foi. Tudo está perfeitamente bem, eu sei que isso agora. Além disso, eu encontrei algo no armário ontem à noite que me ajudou tremendamente: a televisão! Eu configurá-lo pouco antes de eu escrevi isto, e é em segundo plano. A televisão sempre foi um escape para mim, e isso me lembra que há um mundo além dessas paredes de tijolos sujos.

Estou contente por Amy é o único que me respondeu depois frenética importunando de todos ontem à noite eu poderia entrar em contato. Ela tem sido minha melhor amiga durante anos. Ela não sabe, mas eu conto o dia que eu conheci entre um dos poucos momentos de verdadeira felicidade na minha vida. Eu me lembro que dia quente de verão com carinho. Parece uma realidade diferente deste lugar escuro, chuvoso solitário. Eu sinto que eu passei dias sentado naquele playground, velho demais para jogar, apenas conversando com ela e por aí fazendo nada. Eu ainda sinto que posso voltar a esse momento, às vezes, e isso me lembra que este maldito lugar não é tudo o que há ... enfim, uma batida na porta!

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Eu pensei que era estranho que eu não podia vê-la através da câmera me escondi entre as duas máquinas de refrigerante. Eu percebi que era mau posicionamento, como quando eu não conseguia ver a porta da frente. Eu deveria ter conhecido. Eu deveria ter conhecido! Após a batida, eu gritei pela porta da brincadeira que eu tivesse uma câmera entre as máquinas de refrigerante, porque eu estava com vergonha a mim mesmo que eu tinha tomado essa paranóia até agora. Depois que eu fiz isso, eu vi a imagem dela a pé para a câmera e olhar para ele. Ela sorriu e acenou.

"Hey!", Ela disse para a câmera brilhantemente, dando-lhe um olhar irônico.

"É estranho, eu sei", eu disse no microfone ligado ao meu computador. "Eu tive um dia estranho poucos."

"Deve ter", respondeu ela. "Abra a porta, John."

Eu hesitei. Como eu poderia ter certeza?

"Ei, humor me um segundo aqui", eu disse a ela através do microfone. "Diga-me uma coisa sobre nós. Apenas me provar que você é você. "

Ela deu a câmera um olhar estranho.

"Hum, bem," ela disse devagar, pensando. "Nós nos conhecemos aleatoriamente em um playground quando nós dois estávamos muito velho para estar lá?"

Suspirei profundamente como realidade voltou eo medo desapareceu. Deus, eu estava tão ridículo. Claro que era Amy! Esse dia não foi em qualquer lugar do mundo, exceto na minha memória. Eu nunca tinha sequer mencionado a ninguém, não por vergonha, mas por uma nostalgia estranho segredo e um anseio por esses dias para voltar. Se havia alguma força desconhecida no trabalho tentando me enganar, como eu temia, não havia nenhuma maneira que eles poderiam saber sobre aquele dia.

"Haha, tudo bem, eu vou explicar tudo", eu disse a ela. "Seja bem ali."

Corri para o meu pequeno banheiro e fixa o meu cabelo o melhor que pude. Eu parecia o inferno, mas ela iria entender. Rindo no meu próprio comportamento inacreditável ea bagunça que eu tinha feito do lugar, eu caminhava para a porta. Eu coloquei minha mão na maçaneta da porta e deu a confusão uma última olhada. Tão ridículo, pensei. Meus olhos traçado sobre a comida meio comido deitado no chão, no lixo transbordando, ea cama que eu inclinou para o lado procurando ... Deus sabe o que. Eu quase virou-se para a porta e abriu, mas meus olhos caíram sobre uma última coisa: o webcam velha, o que eu usei para que o chat estranhamente vago com meu amigo.

Sua esfera silenciosa preto coloca ao acaso jogou para o lado, sua lente apontada para a mesa onde estava este jornal. Um terror esmagadora me levou quando eu percebi que, se algo que podia ver através da câmara, que teria visto o que eu escrevi sobre esse dia. Perguntei a ela para qualquer coisa sobre nós, e ela escolheu a única coisa no mundo que eu pensei que eles ou não sei ... mas ele fez! TI sabia! Poderia ter sido me olhando o tempo todo!

Eu não abri a porta. Eu gritei. Eu gritava de pavor incontrolável. Eu pisei na webcam velha no chão. A porta balançou, ea maçaneta tentou virar, mas eu não ouvir a voz de Amy através da porta. Foi a porta do porão, feito para manter as correntes de ar, muito grosso? Ou não era Amy fora? O que poderia ter tentado entrar, se não ela? O que diabos está lá fora?! Eu a vi no meu computador através da câmera do lado de fora, ouvi-nos alto-falantes através da câmera do lado de fora, mas foi real?! Como eu posso saber?! Ela se foi agora - Eu gritei, e gritou por ajuda! Eu empilhados tudo no meu apartamento contra a porta da frente -

Sexta-feira

Pelo menos eu acho que é sexta-feira. Eu quebrei tudo eletrônico. Eu deixei o meu computador para peças. Cada coisa em que poderia ter sido acessada por acesso à rede, ou pior, alterada. Eu sou um programador, eu sei. Cada pedaço de informação que deu o fora desde que isso começou - meu nome, meu e-mail, a minha localização - nada disso voltou de fora até que eu dei para fora. Eu tenho ido mais e mais o que eu escrevi. Fui andando para lá e para cá, alternando entre terror absoluto e descrença avassalador. Às vezes eu estou absolutamente certo de alguma entidade fantasma é morto em conjunto o simples objetivo de me ir para fora. Voltar para o início, com o telefonema de Amy, ela foi efetivamente me pedindo para abrir a porta e ir para fora.

Eu continuo correndo por ela na minha cabeça. Um ponto de vista diz que eu tenho agido como um louco, e tudo isso é a convergência extrema de probabilidade - nunca ir para fora no momento certo por pura sorte, nunca vendo outra pessoa por puro acaso, recebendo um e-mail absurdo aleatória de algum vírus de computador na hora certa. O outro ponto de vista diz que a convergência extrema de probabilidade é a razão que tudo o que está lá fora, não tem me já. Eu fico pensando: eu nunca abriu a janela do terceiro andar. Eu nunca abri a porta da frente, até que dublê incrivelmente estúpido com a câmera escondida depois que eu corri direto para o meu quarto e bateu a porta. Eu não abri a minha própria porta sólida desde que abriu a porta da frente do prédio. O que quer que está lá fora - se alguma coisa está lá fora - nunca fez uma "aparência" no edifício antes de abrir a porta da frente. Talvez a razão não estava no prédio já foi que ele estava em outro lugar ficando todos os outros ... e então ele esperou, até que eu traí a minha existência, tentando chamar Amy ... uma chamada que não deu certo, até que ele me ligou e perguntou o meu nome ...

Terror literalmente me oprime cada vez que eu tente encaixar as peças desse pesadelo juntos. Esse e-mail - curto, cortado - era a de alguém tentando palavra? Alguns voz amiga tentando desesperadamente me avisar antes que ele veio? Vi com meus próprios olhos, não confio neles - exatamente o que eu tenho sido tão desconfiado de. Poderia ter o controle magistral de todas as coisas eletrônicas, praticando sua decepção insidiosa me enganar na vinda de fora. Por que não pode entrar? Ele bateu na porta - que deve ter uma presença sólida ... a porta ... a imagem dessas portas no corredor superior como monólitos guarda flashes de volta na minha mente toda vez que eu traçar este caminho de pensamentos. Se há alguma entidade fantasma tentando me para ir lá fora, talvez ele não pode obter através de portas. Eu continuo pensando sobre todos os livros que eu li ou filmes que eu vi, tentando gerar alguma explicação para isso. Portas sempre foram esses focos intensos de imaginação humana, sempre visto como alas ou portais de especial importância. Ou talvez a porta é muito grossa? Eu sei que eu não podia bater através de qualquer das portas deste edifício, e muito menos as embasamento pesados. Além do que, a verdadeira questão é, por que ele ainda me quer? Se ele só queria me matar, poderia fazê-lo de várias maneiras, incluindo apenas esperando até que eu morra de fome. E se ele não quer me matar? O que se tem um destino muito mais terrível na loja para mim? Deus, o que posso fazer para escapar deste pesadelo?!

Uma batida na porta ...

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Eu disse às pessoas do lado de fora da porta Eu preciso de um minuto para pensar e eu vou sair. Eu realmente estou apenas escrevendo isso para que eu possa descobrir o que fazer. Pelo menos desta vez eu ouvi as suas vozes. Minha paranóia - e sim, eu reconheço que estou sendo paranóico - tem-me pensar em todas as maneiras que suas vozes poderiam ser falsos eletronicamente. Não podia haver nada, mas alto-falantes externos, simulando vozes humanas. Será que ele realmente levar três dias para vir falar comigo? Amy é, supostamente, lá fora, junto com dois policiais e um psiquiatra. Talvez eles levaram três dias para pensar no que dizer para mim - reivindicação do psiquiatra poderia ser bastante convincente, se eu decidi que isso tudo foi um mal-entendido louco, e não uma entidade tentando enganar-me para abrir a porta.

O psiquiatra tinha uma voz mais velha, autoritária, mas ainda carinho. Eu gostei. Estou desesperada só de ver alguém com meus próprios olhos! Ele disse que eu tenho algo chamado ciber-psicose, e eu sou apenas um de uma epidemia nacional de milhares de pessoas que tenham avarias desencadeadas por um e-mail sugerindo que "tem de alguma forma." Eu juro que ele disse 'tenho de alguma forma. " Eu acho que ele significa espalhar por todo o país, inexplicavelmente, mas eu sou incrivelmente desconfiadas de que a entidade escorregou e revelou algo. Ele disse que eu sou parte de uma onda de "comportamento emergente", que um monte de outras pessoas estão tendo o mesmo problema com os mesmos medos, mesmo que nunca tenha comunicado.

Isso explica perfeitamente o e-mail de estranho com olhos que eu tenho. Eu não recebi o e-mail original disparo. Eu tenho um descendente dele - meu amigo poderia ter quebrado também, e tentou avisar a todos que ele sabia contra seus medos paranóicos. É assim que os spreads de problema, o psiquiatra afirma. Eu poderia ter se espalhado, também, com os meus textos e mensagens instantâneas on-line para todo mundo que eu conheço. Uma dessas pessoas pode estar derretendo, agora, depois de ter sido provocado por algo que eu enviei, algo que pode interpretar qualquer maneira que eles querem, algo como um texto dizendo rosto Alguém viu a cara ultimamente? O psiquiatra me disse que ele não queria "perder outro ', que pessoas como eu são inteligentes, e essa é a nossa queda. Chamamos conexões tão bem que atraí-los mesmo quando não deveria estar lá. Ele disse que é fácil ser pego na paranóia em nosso mundo rápido, um lugar em constante mudança, onde mais e mais de nossa interação é simulado ...

Eu tenho que dar-lhe uma coisa. É uma grande explicação. É perfeitamente explica tudo. Ele explica perfeitamente tudo, na verdade. Eu tenho todos os motivos para afastar o medo de pesadelo que alguma coisa ou consciência ou estar lá quer que eu abra a porta para que ele possa me capturar por algum terrível destino pior que a morte. Seria tolice, depois de ouvir a explicação, para ficar aqui até eu morrer de fome apenas para ofender a entidade que poderia ter conseguido todos os outros. Seria tolice pensar que, depois de ouvir a explicação, eu poderia ser uma das últimas pessoas deixaram vivo em um mundo vazio, escondido no meu porão seguro, cuspindo alguma entidade impensável enganosa apenas recusando-se a ser capturado. É uma explicação perfeita para cada coisa estranha que eu vi ou ouvi, e tenho todos os motivos do mundo para deixar todos os meus medos vão, e abrir a porta.

É exatamente por isso que eu não vou.

Como posso ter certeza?! Como posso saber o que é real eo que é ilusão? Todas essas malditas coisas com seus fios e seus sinais que se originam a partir de alguma origem invisível! Eles não são reais, não posso ter certeza! Sinais através de uma câmera de vídeo, falsificou, telefonemas, e-mails enganosos! Mesmo a televisão, deitado quebrado no chão - como posso saber que é real? É apenas sinais, ondas, luz ... a porta! Está batendo na porta! Ele está tentando entrar! O dispositivo mecânico insano poderia estar usando para simular o som de homens atacando a madeira pesada tão bem?! Pelo menos eu vou finalmente vê-lo com meus próprios olhos ... não há nada aqui para ele me enganar com, eu rasgado tudo mais! Ele não pode enganar os olhos, pode? Viu com seus próprios olhos não confio neles eles ... espere ... foi que mensagem desesperada me dizendo para confiar em meus olhos, ou me avisando sobre meus olhos também? Oh meu Deus, o que é a diferença entre uma câmera e meus olhos? Ambos transformar a luz em sinais elétricos - eles são a mesma coisa! Eu não posso ser enganado! Eu tenho que ter certeza! Eu tenho que ter certeza!

Data desconhecida

Eu calmamente pediu papel e uma caneta, dia após dia, até que finalmente deu para mim. Não que isso importe. O que eu vou fazer? Pique os meus olhos? As bandagens se sentir como parte de mim agora. A dor se foi. Eu acho que este vai ser um dos meus últimos chances de escrever de forma legível, como, sem a minha visão para corrigir erros, minhas mãos lentamente vai esquecer os movimentos envolvidos. Esta é uma espécie de auto-indulgência, esta escrita ... é uma relíquia de outra época, porque eu sou todos certa esquerda no mundo está morto ... ou algo muito pior.

Sento-me contra a parede acolchoada dia e sai dia. A entidade me traz comida e água. Mascara-se como uma enfermeira tipo, como um médico antipático. Eu acho que ele sabe que minha audição aguçou consideravelmente agora que eu vivo na escuridão. Ele finge conversas nos corredores, na chance que eu poderia ouvir. Uma das palestras enfermeiros sobre ter um bebê em breve. Um dos médicos perdeu sua esposa em um acidente de carro. Nada disso importa, nada disso é real. Nada disso me incomoda não, como ela faz.

Essa é a pior parte, a parte que eu quase não consigo segurar. A coisa vem a mim, que aparece como Amy. Seu lazer é perfeito. Ele soa exatamente como Amy, se sente exatamente como ela. Ele ainda produz um fac-símile razoável de lágrimas que me faz sentir em suas bochechas realistas. Quando pela primeira vez me arrastou aqui, ele me disse que todas as coisas que eu queria ouvir. Ele me disse que me amava, que ela sempre me amou, que não entendia por que eu fiz isso, que ainda poderia ter uma vida juntos, só se eu iria parar de insistir que eu estava sendo enganado. Ele queria que eu acredito ... não, não precisava de mim para acreditar que ela era real.

Eu quase caí para ele. Eu realmente fiz. Eu duvidei de mim mesma por mais tempo. No final, porém, foi tudo muito perfeito, muito perfeito, e muito real. A Amy falso usado para vir todos os dias, e depois a cada semana, e, finalmente, parou de vir completamente ... mas eu não acho que a entidade vai desistir. Eu acho que o jogo de espera é apenas mais uma de suas jogadas. Vou resistir a ela para o resto da minha vida, se eu tiver que. Eu não sei o que aconteceu com o resto do mundo, mas eu sei que essa coisa precisa de mim para cair para os seus enganos. Se ele precisa de que, talvez, só talvez, eu sou um espinho na sua agenda. Talvez Amy ainda está vivo em algum lugar, mantido vivo apenas pela minha vontade de resistir do enganador. Eu me seguro em que a esperança, balançando para frente e para trás em minha cela para passar o tempo. Eu nunca vou dar dentro Eu nunca vai quebrar. Eu sou ... um herói!

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O médico leu o papel que o paciente tinha rabiscado. Foi pouco legível, escrito no script trêmula de quem não podia ver. Ele queria sorrir firme vontade do homem, um lembrete da vontade humana para sobreviver, mas ele sabia que o paciente estava completamente delirante.

Afinal, um homem sensato teria caído para o engano há muito tempo.

O médico queria sorrir. Ele queria a sussurrar palavras de encorajamento para o homem delirante. Ele queria gritar, mas os filamentos nervosos envolvidos em torno de sua cabeça e em seus olhos o fez fazer o contrário. Seu corpo entrou na célula, como um fantoche, e disse ao paciente, uma vez mais, que ele estava errado, e que não havia ninguém a tentar enganá-lo."

fonte:http://www.creepypasta.com/psychosis/