quarta-feira, 28 de janeiro de 2015

Bom dia Papai

Isso tudo começou com pequenos acontecimentos. Acontecimentos que fariam com que você se questionasse por um momento. Vou começar desde o começo. Era uma manhã de sábado quente na primavera, sábados começavam sempre cedo para mim, pois a minha filha gostava de acordar cedo para assistir desenhos animados, já que ela tinha apenas 5 anos, e neste sábado não foi diferente. 
Kaiya entrou no meu quarto, me beijou na bochecha, e me acordou com um "Bom dia, Papai!" Eu  me mexi um pouco na cama, e disse para ela ir dar comida para o Doc, o nosso cão, enquanto eu me levantava da cama. Minha esposa já tinha ido para o trabalho, por isso não havia ninguém em casa, e Kaiya estava vendo desenho, fui pra cama de novo e decidi tirar uma soneca rápida.
Logo depois disso, eu entrei no quarto de Kaiya, pensando que ela pode ter ido brincar com seus brinquedos enquanto ela esperava por mim, mas quando eu abri a porta, eu a encontrei dormindo em sua cama. Isso era estranho, porque ela nunca ia para a cama de manhã, mas eu acariciei seu cabelo e a chamei. Ela abriu os olhos, sorrindo, e disse: "Bom dia papai". O outro fim de semana, tudo estava normal, Kaiya não foi para a cama depois de me acordar, e passou a manhã toda assistindo desenhos animados.
Naquela tarde, eu estava na garagem trabalhando com o meu carro enquanto Kaiya brincava em seu quarto. Eu estava fazendo alguns ajustes no carro quando eu ouvi um barulho de pés correndo. No começo eu sorriu, pensando que seria Kaiya querendo o que eu estava fazendo. Eu podia ouvir os latidos de doc pela janela, era o primeiro alarme de que alguma coisa estava acontecendo. Então eu vi pelo reflexo da porta do carro um pouco da roupa rosa de Kaiya. 
Eu sai do carro, e entrei em casa, mas Kaiya não estava lá. Eu estava furioso, doc ainda estava latindo para a janela, correndo freneticamente. Fui para o quarto de Kaia e a encontrei na cama, olhei para ela e comecei a gritar: "Que diabos você acha que estava fazendo!? Você poderia ter me matado de susto! Não saia mais desse quarto, entendeu? ". Ela se levantou e me olhou assustada "Papai, eu não sai do meu quarto." 
Expliquei tudo para minha esposa naquela noite, já que não tinha acontecido nada mais sério, ela me convenceu a pedir desculpas para Kaiya. O dia estava quase acabando, e decidimos sair para jantar. Agora, antes de contar o que aconteceu, deixe-me explicar algumas coisas. Kaiya, embora seja mais inteligente do que a maioria das crianças de cinco anos de idade, ela sempre teve dificuldades em aprender coisas novas. 
Uma dessas coisas é que ela tem dificuldades em amarrar seus sapatos. Ela não nunca entendeu como amarrar os próprios sapatos, então ela geralmente apenas fazia vários nós embaraçados ou apenas deixava os cadarços desamarrados. Outra coisa estranha era o fascínio que Kaiya tinha com espelhos, ela dizia que conversava com sua amiga imaginária pelo espelho. Sua amiga falava que ela era bonita, e que queria ser como ela. Os próximos meses se passaram sem grandes problemas. Porém, algumas coisas estranhas aconteceram como sapatos de Kaiya desaparecendo. Ou quando eu pensei ter visto Kaiya estar brincando no seu quarto quando na verdade ela estava com a mãe. 
Ontem eu descobri que algumas facas estavam fora do lugar, e a porta estava aberta, e o gás do fogão estava ligado. Agora, para explicar como chegamos até aqui, neste ponto, comigo trancado dentro do meu quarto. Neste fim de semana, a mãe de Kaiya pediu para que ela passasse as festas de Natal com a família da minha esposa. 
Aproveitei isso para poder dormir mais um pouco, pois nem minha esposa como Kaiya estavam em casa. Como eu estava deitado na cama, meio acordado, meio dormindo, eu podia ouvir doc latindo na cozinha. A porta do quarto se abriu lentamente, e passos pequenos caminharam em minha direção. Eu mantive meus olhos fechados, e tentei convencer a mim mesmo que era apenas doc querendo comer.
Eu senti um pequeno beijo na bochecha. Abri os olhos e lá estava Kaiya, sorrindo para mim. "Bom dia, papai" Eu dei um meio sorriso forçado, e pedi para ela me esperar na sala de estar, com certeza não era Kaiya. Doc parou de latir, e eu temo que o sangue correndo por baixo da porta seja dele. Eu escuto um barulho de algo arranhando a porta, uma risada, e os sapatos, muito bem amarrados.
O barulho para, e eu escuto um sussurro suave, tranquilo vinho atrás de mim. 
"Bom dia, papai!"


fonte: http://www.creepypasta.com/good-morning-daddy/