segunda-feira, 24 de fevereiro de 2014

As Últimas Palavras

Certa manhã, minha família e eu fomos para a casa do meu avô em Mississauga. Minha irmã e eu sempre usamos seu quintal grande para andar e correr. Eu estava especialmente animado hoje porque a minha irmã e eu tínhamos planejado uma caminhada até o barranco antes do almoço. A subida para cima* foi um pouco mais difícil do que eu esperava, mas como a minha irmã sendo três anos mais velha que eu, ela era bastante ágil. Assim que chegamos, fomos para dentro da floresta.

Foi apenas depois de um ou dois minutos antes de nos deparamos com uma velha cabana. Nós lentamente nos aproximamos da porta da frente e eu já poderia ter uma visão do interior da casa. Tudo estava sujo e mofado e parecia que havia sido abandonada à muito tempo. Sem aviso, a minha irmã correu até mim e em voz alta gritou: "Nós temos que sair, agora!". O grande pânico em sua voz era suficiente para eu nem mesmo pensasse em alguma coisa. Nós rapidamente nos afastamos da cabana e começamos a correr. À vista havia uma pilha de membros decepados de cotovelos e joelhos. Eu mal podia compreender o que eu estava vendo, ou como eu só tinha notado agora aquilo.

Cada pequeno remanescente da pele haviam sido brutalmente arrancado, revelando a carne molhada por baixo com todos eles empilhados contra uma árvore. Eu fiquei em estado de choque, apenas encarando a pilha arrumada de membros rasgados. Eventualmente, minha irmã bateu freneticamente no meu braço. Ela estava do lado da segunda árvore à nossa esquerda. Foi então que nós dois ouvimos um sussurro nitidamente claro dizendo: "Eles nunca vão encontrá-lo."

Eu imediatamente senti uma vontade de gritar, então começamos a correr o mais rápido que podíamos para a ladeira íngreme que ia para a casa do nosso avô. Eu usei minhas mãos como um impulso extra contra o terreno íngreme. Minha irmã estava bastante à frente de mim. Depois de correr o que parecia uma eternidade, eu podia ouvir a voz alegre da minha mãe rindo e brincando com os meus avós no quintal, então eu vi minha irmã desaparecer sobre o topo da encosta, eu podia ouvi-la gritando para minha mãe.

Eu era apenas capaz de ver para o quintal e a minha mãe correndo em minha direção, e então isso aconteceu. Eu escorreguei na beira do quintal e comecei a deslizar para trás. Eu estendi minha mão para alcançar a de minha mãe que estava estendida por meros centímetros, mas a perdi. Eu tinha quase parado de correr quando o meu pé ficou preso em algo e caí. Enquanto eu caia, eu pude pegar alguns vislumbres da velha cabana. Eu notei uma figura fraca de um homem coberto de sangue rastejando cada vez mais para o fundo da borda da colina. Era isso. Como o aperto final de um galho de árvore que caiu no chão, assim foi o baque que quebrou meus ossos. Então... a escuridão.

Podia até mesmo sentir meu corpo tremer. Eu levei muito tempo para perceber que eu estava em minha cama, tão assustado que eu literalmente não conseguia me mover. Eu ainda podia sentir o olhar intenso do homem enquanto eu tentava recuperar a compostura, me levantei e tentei observar ainda com os olhos entreabertos o redor. E fora da escuridão, no mesmo sussurro nítido, eu ouvi:

"Eles nunca vão encontrá-lo."

fonte: http://www.creepypasta.com/the-last-words/