quinta-feira, 13 de fevereiro de 2014

Olá viajantes da interwebs, como vão vocês ?
Parece que a ideia da "historia dos leitores" tem dado muito certo em pouco tempo.
Então, por que não fazer disso uma coisa semanal ?
O plano é o seguinte, vocês me mandam seus textos durante a semana e eu posto eles no domingo ou sábado.
E agora um texto que eu traduzi, para vocês apreciarem.
Boa leitura!

Ressuscitar

Olá, linda.

Se você puder ler isso, por favor, ouça minha confissão. Você provavelmente não me conhece, mas eu te conheço há muito tempo. E eu não sei se deveria dizer isso ainda mas... Eu te amo.
Sim, eu amo. Eu realmente te amo.
Eu te amo tanto que eu construí um mundo inteiro, então você poderia viver e seguir adiante. Eu o construi apenas depois que conheci você. Você era tão bonito com seus olhos ternamente fechados. Sua pele quase translúcida que parecia estar ficando cada vez mais pálida a cada segundo. A forma como seus membros ficaram torcidos, quando suas articulações se mutilavam delicadamente para formar uma visão tão sobrenatural de vulnerabilidade. Oh, que deve ter sido uma grande queda. Não só pelo prédio possuir um altura incrível, mas porque eu sei que o mais glorioso dos anjos deve ter caído de longe. O meu anjo.

Meu anjo se contorceu no chão. Sua carne macia tinha se torcido nos lugares certos, revelando a formação artística do seu corpo. Ninguém jamais poderia apreciar tal visão, apenas eu. Ninguém além de mim jamais poderia admirar a curvatura do seu pescoço, que havia se inclinado em um perfeito ângulo de noventa graus. Assim que eu te vi lá, eu só estendi minha mão e toquei. Eu tremia em antecipação enquanto eu seguia os meus dedos para baixo de seu corpo, certo para onde ele já estava para se dividir. Ele me surpreendeu com entusiasmo, enquanto assistia seus tendões estourarem.

E eu te carreguei nos braços. Eu fui muito cuidadoso, certificando de não danificar o que restou do seu belo corpo. Alguns fragmentos do seu crânio caíram no caminho, então eu te trouxe para minha casa e te coloquei na minha cama, apreciei seus braços quebrados e os pedaços de concreto que atravessaram seu peito. Você se parecia com as pessoas que eu lia em contos de fadas antigos, ainda mais quando eu te arrumei com o vestido de casamento da minha mãe. Peguei meu livro de feitiços e estava pronto para ressuscitar você. Mas não, não era o momento certo. Eu estava com medo de que eu pudesse assustar você. Então, eu criei a sua vida após a morte como o mundo que você conheceu. Então eu poderia continuar amando você e suas feridas e isso iria durar por toda a eternidade.

Mas eu acho que você está pronto agora, para contemplar os meus olhos. Você vai viver mais uma vez e seu amor e sua beleza nunca vão morrer, os seus ferimentos serão sempre frescos e os seus ossos estarão tão mutilados como eram quando eu te conheci e você vai ser capaz de sentir o meu toque pela primeira vez. Nossos fluidos se misturarão e seu sangue frio vai se misturar ao meu(necrofilia feelings).

Não se preocupe, meu amor.

Eu vou ser tão gentil como sempre fui.

fonte: 
http://www.creepypasta.com/come-resurrection/
Olá companheiros, como tens passado ?
Mais uma postagem dos leitores, dessa vez nossa amiguinha Rafaela Valentim mandou a descrição detalhada de um sonho que teve.
Não veio com título, mas mesmo assim não deixa de ser muito legal.
Boa leitura!

Eu estava andando em uma rua conhecida, quando vi um café que nunca tinha visto, achei estranho, então por curiosidade humana entrei lá. Achei minhas amigas reunidas em volta de uma mesa, com outras meninas. Se não fosse elas, não tinha mais ninguém lá, nem atendentes, nem nada. Quando elas me viram, uma das meninas correu e trancou a porta. Uma de minhas amiga falou assim:
- Rafa, você aqui? Como encontrou esse lugar?
Eu não respondi. Elas se fecharam em volta da mesa e eu ouvi murmúrios vindo de lá do tipo "devemos matá-la", "ela nos achou", "não podemos". Até que uma menina chegou bem perto de mim e falou:
- Bem-vinda a nossa irmandade.
Depois elas me explicaram que só quem acha o café são os escolhidos, e eu já estava confusa de mais. Afinal, que irmandade? Elas me explicaram que era um jogo magico. No meio do dia aparece no seu bolso cinco cartas magicas, com tarefas que devem ser seguidas em ordem. E eu achei legal, sempre gostei de jogos em grupo. Elas disseram que quem terminasse primeiro ganhava um ponto. Quem chegasse em cem pontos realizava o seu maior desejo.
Elas disseram que eu não tinha escolha depois de ter achado o café, ou jogava ou morria. Eu podia continuar minha vida normal, mas tinha de jogar, e não podia contar a ninguém. Tudo bem, eu ia jogar. Voltei pra casa e fui dormir. No outro dia eu estava brincando com meu cachorro e com meu gato, quando senti algo no bolso. Apalpei. Cartas. Peguei elas e comecei a realizar as ações.
" Coma uma uva "
" Suba as escadas "
" Dance loucamente "
Começou a ficar meio estranho, não me importei:
" Olhe para seus animais, sou um deles "
" Quem eu sou? "
Achei muito estranho. Amassei a carta que estava aquela pergunta e joguei para meus bichinhos. O cachorro só cheirou e saiu. O gato se aproximou, cheirou e engoliu.
Sorri e entendi que quem controlava o jogo era meu gato.
Mas como?
Ok, era um jogo sobrenatural, meu gato controlava.
...
Joguei por muitos dias, até que todas nós da irmandade se reunimos no meu jardim, para conversar, fazer um lanche juntas. Sentimos as cartas no bolso. Pegamos e ficamos olhando para as cartas. Eram vermelhas. Elas sempre foram brancas. Mas ok. A primeira era assim "estou te olhando". Estranho. Deveria ser uma ordem. A segunda ainda mais "Vai para o segundo andar". Quando virei o verso da carta estava escrito "pela sua vida". Corri pra lá. Quando vi oque não deveria nunca ter visto. Um homem gordo, cortando corpo das minhas amigas, como um açougueiro. Eu e minha ultima amiga corremos. Corremos. Estávamos desesperadas.
Então acordei.
Foi tudo um sonho.
Virei pro lado, e no meu criado mudo meu celular acendeu.
Uma mensagem anonima dizia
"Continuo te observando".

autora: Rafaela Valentim AKA Rafa AKA Dois
Olá pessoas, tudo bom com vocês ? (essa introdução já esta ficando chata, mas tudo bem)
Parece que já temos um texto dos leitores.Hoje nosso amigo Lucas Prado mandou um texto que eu particularmente achei incrível, fiquei vidrado na historia  do começo até o fim e espero receber mais e-mails de vocês.
Boa Leitura !

FAMÍLIA A TRÊS

Não me lembro de onde, apenas para onde.
Estava voltando para minha casa em uma tarde ensolarada, e é isto que me lembro.
Meu nome é Eric. Sei que pouco importa, mas não vejo o porquê de não dizê-lo.
Sei também que provavelmente você não se lembrará do meu nome quando eu terminar de contar minha história. Mas estou bem com isso.
Este fato aconteceu durante minha infância. Quando eu tinha apenas doze anos de idade.
Morava em uma pequena cidade, o que significa que não tínhamos muito do que fazer.
Estávamos acostumados à monotonia da paisagem rural, ao qual provavelmente as pessoas da “cidade-grande” podem não associar-se.
Mas, como disse, voltando sabe-se lá de onde, passei por uma pequena estrada de terra. É claro que já havia, há muito, passado por ali. Esta foi provavelmente a última delas.
Desta vez, em particular, notei um pequeno desvio no caminho.
É provável que você me pergunte como não o notara anteriormente, mas a verdade é que eu não sei a resposta. Talvez estivesse distraído nas outras vezes.
(É... Talvez estivesse.).
Percebi que esta estrada não era usada há muito tempo, diferente daquela que eu já estava acostumado e que levava novamente ao asfalto trincado da cidade.
Algo dentro de mim, bem ao longe, me dizia: “Está ficando tarde, deveria ir para casa”.
Mas como sempre acontece em todas essas histórias, é óbvio que eu, no auge do brilhantismo próprio (ou vago senso de aventura incitado por desenhos de TV), resolvi verificar os caminhos por onde aquela estrada levava.
Provavelmente estivesse imaginando que teria algo de interessante para contar quando voltasse para a escola e a professora de literatura nos pedisse para escrever sobre isso.
Sabe? Aquela coisa abominável sob o título "O que eu fiz nas minhas férias de verão" ou qualquer outra porcaria do tipo.
Enfim... Não importando as razões ao certo, tomei o caminho inexplorado.
A estrada não era pequena. Na verdade, após alguns metros, tornava-se enlanguescida o bastante para um carro.
No entanto, conforme andava, percebia o porquê de seu abandono. Uma extensa cobertura de matos, valas, erosões e rochas desprendidas sobrepunham a maior parte do caminho.
Andei durante muitos metros. Centenas, ou mais.
O sol acompanhava meus passos, enquanto eu observada minha própria sombra alongar-se à frente.
Passados poucos minutos, pude ver que ao meu lado esquerdo apareciam sinais de um pequeno cercado, acompanhando a beira da estrada. Frágeis madeiras, corroídas por cupins, ainda lutavam para permanecerem em pé sobre o solo arenoso.
Ao fundo, pude observar o céu alaranjado sobre as poucas árvores cor de cinza e sem folhas, que teimavam em crescer sobre gramíneas ralas e secas.
Foi então que vi, de relance, uma pequena figura.
Não uma, pois conforme o sol caminhava atrás de mim, pude ver que eram duas, talvez três, se contasse o último contorno escurecido à distância.
Passei por debaixo do arame envolto às cercas que se pendiam na terra e cheguei mais perto.
Era um pequeno espantalho. Ao contrário do que se pode imaginar, não era nem um pouco assustador. Na verdade, era algo cômico e tosco, o bastante para até mesmo os pássaros rirem.
Vestia uma roupagem ridícula, provavelmente de algum filho de fazendeiro que estivesse apertada demais para o garoto usar. Estava rasgada e carcomida, enquanto que o pano estufado por mato seco ainda resistia por baixo.
O pequeno espantalho, no entanto, usava um boné que ainda estava intacto, apenas um pouco desbotado por conta do intenso calor do sol.
Pensei comigo mesmo, que talvez fosse uma boa ideia levar ao menos um suvenir.
Não seria roubar? Seria? Afinal, havia outros espantalhos, qual o problema em pegar um pequeno memento de um deles?
E não. Não aconteceu nada. Nada ridículo como o espantalho ganhar vida e engolir meus dedos com uma bocarra cheia de pregos no lugar de dentes. Não.
O que aconteceu foi que algo mais havia chamado minha atenção. É claro que sabia que ele estava lá. Afinal, o havia percebido antes mesmo de me aproximar do pequeno espantalho.
A cerca de cem metros de onde me encontrava, escondido sob as copas das árvores secas e cinzentas, havia um galpão.
 Um galpão. Comum e envelhecido. Que há muito deveria ser usado como despensa de materiais rurais.
 Fui até a única porta. Percebi que a fechadura não sobrevivera ao tempo.
Apenas um pedaço de ferrugem e nada mais.
Empurrei a porta, que não ofereceu nenhuma resistência, e fiquei parado, assistindo, enquanto que ela me revelava o seu conteúdo.
Até então, me encontrava em um estado de excitação absurda. E o coração acelerando conforme me adentrava naquele mausoléu de enxadas, pás e arados.
Agora aquela voz que vinha de dentro ficou mais forte:
“Volte! Volte agora. Você já viu o suficiente.”.
Mas o senso idiota de aventura ainda estava em mim.
Havia um cheiro muito forte. Não o cheiro de podre e velho, característico de lugares assombrados que as pessoas estão acostumadas a ler, mas nunca sentir.
Era o cheiro de óleo, pretejado e estragado pelo tempo. Pude ver uma estranha máquina (talvez uma grande moedora) encostada na extremidade do galpão, derramando o liquido escuro que se infiltrava sobre o assoalho de madeira podre.
Não havia muito. Apenas materiais, sacos de sementes e alguns poucos animais mortos, na maioria ratos. Um deles parecia mexer-se estranhamente. Porém observei melhor e pude ver que eram larvas brotando do buraco que um dia fora sua barriga.
Decidi que vira o bastante, estava na hora de voltar. Sentia-me apavorado e um pouco enjoado com o lugar. Não queria ficar ali.
No momento em que me virei para a única saída, eis que vejo parado sobre a soleira da porta, o contorno escurecido que anteriormente, em minha ingenuidade, pensei que fosse o terceiro espantalho.
Ao contrário do que podem imaginar, não era uma entidade sobrenatural, nem um maníaco vestido de alguma máscara assustadora.
Era um simples fazendeiro. Um senhor, que provavelmente aparentava ser muito mais velho do que sua real idade.
A expressão em seus olhos era vaga, vazia. Em parte, foi o que fez meu sangue congelar.
Ele não olhava para mim, olhava através de mim, se é que fosse possível.
O homem não ousava entrar no galpão, do qual eu me encontrava bem ao centro.
Apenas apontou em minha direção, murmurando: “O boné. Devolva-o.”.
Confesso que estava apavorado, apavorado demais para sentir vergonha ou algo do tipo. Apenas pequei o boné e andei o bastante para estendê-lo até o braço apontado do fazendeiro.
Ele o pegou, e sem nenhuma outra palavra deu as costas e desapareceu da minha visão.
Fiquei ali, estático. Demorei poucos segundos para me recuperar do susto. Recobrando melhor os sentidos, achei que deveria pedir desculpas ao homem.
Saí do galpão, deixando a porta atrás de mim entreaberta. Procurei pelo fazendeiro, mas não o encontrei.
Quando passei pelo pequeno espantalho novamente, vi que o boné estava em seu devido lugar. Parei, no entanto, para notar melhor o segundo espantalho, do qual não havia me atentado.
Ele tinha longas palhas pretas, que desprendiam de sua cabeça, talvez enegrecidas pelo óleo ou qualquer outra coisa. A roupa era de um vestido simples, porém menos desgastado do que as roupas do espantalho-garoto.
Neste momento, uma sensação de calafrios percorreu o meu corpo.
Tive a impressão de que algo estava errado.
Saí dali. No inicio a curtos passos, e, conforme me afastava, comecei a correr.
Sentia algo me observando.
Não olhei para trás, exceto uma vez.
E juro que quando olhei, bem ali, ao lado do espantalho-garoto e do espantalho-mulher, eu pude ver um terceiro espantalho.
Pregado, assim como os outros, me encarando com os olhos vagos e vazios.
Usando roupas de fazendeiro.

autor: Lucas Prado AKA 
Drin, L. P.