sexta-feira, 2 de agosto de 2013

Inocência Amaldiçoada



Corinne era uma garota de 15 anos de idade, que além de ser uma ótima aluna, possuía uma grande afeição por crianças. Ela era conhecida em sua cidade por ser uma das melhores babás e de total confiança. Sempre era contratada por famílias ricas, que quando saíam para jantares, reuniões ou festas, entregavam sua casa e filhos nas mãos dela, que não deixava a desejar: fazia um trabalho excelente e era adorada por pais e pelas crianças. Assim era com Erik, o bebê de 2 anos de uma das famílias ricas com que trabalhava. Já fazia alguns meses que ela havia se tornado a babá dele, e seu trabalho era muito elogiado.


Corinne chegou como de costume: 10 minutos antes da hora combinada. Deixava tudo pronto para poder passar a noite com o pequeno, enquanto seus pais não voltavam. Geralmente, Erik assistia televisão, brincava com seus cubos coloridos, tomava um pouco de leite e dormia, tudo isso antes das 21h, o que deixava o resto da noite livre para Corinne.

Mas esta noite seria muito diferente.

Eram 19h quando seus pais saíram, e iriam voltar às 22h. Corinne fechou a porta e as cortinas da entrada, ao dar a volta, ficou em silêncio. Erik, que deveria estar dentro de seu quintal de brincar, não estava. A noite seria longa se o pequeno estivesse com vontade de aprontar.

Demorou alguns minutos até encontra-lo, algo estranho estava acontecendo, disso estava segura. Erik estava mais inquieto do que o normal, chorava por qualquer coisa e estava irritado. Eram quase 21h e Corinne não conseguia acalmar o menino. Ela resolveu esquentar um pouco de leite, pois leite morno costumava dar sono nele. Após mamar, o pequeno subiu para o quarto, no colo da babá. Ela ligou o abajur, que refletia figuras nas paredes. Para ela, era um pouco assustador o modo como o quarto ficava com aquelas figuras refletidas nas paredes, nos brinquedos e até sobre ela, que estava sentada numa poltrona, balançando e ninando Erik.

Ao ver que o menino dormiu, saiu do quarto em total silêncio. Quando colocou o pé no primeiro degrau da escada que levava à sala principal, escutou um grito do pequeno, e, assustada, regressou rapidamente ao quarto.

Abriu a porta... Erik estava sentado na cama, olhando para a porta, ou era isso que parecia. Seus olhos estavam completamente negros, seu rosto havia se deformado e seus gritos se tornavam cada vez mais fortes e altos. Corinne não sabia se deveria se aproximar ou não, mas já seria tarde, Erik se aproximou mais rápido.




Esta noite, os pais do menino encontraram a porta principal aberta. Revistaram a casa inteira, mas não encontraram nada fora do comum.

Em seu quarto, dormia tranquilamente Erik, como se nada tivesse acontecido. Suspirava enquanto dormia, como fazia todas as noites e encantava seus pais.

De Corinne, nada mais se soube.

Nem seu corpo foi encontrado.